A história e os personagens descritos são ficção. As
locações e o apagão de 2009 são reais. Qualquer semelhança
com pessoais vivas ou mortas e mera coincidência.
com pessoais vivas ou mortas e mera coincidência.
Que o meu relato servir de alerta aos milhares de maridos que vivem nesta cidade e aos milhões de homens que vivem neste país... Meu nome é Bernardo Pedrosa, tenho 30 anos e sou engenheiro de telecomunicações. Moro na Rua Jorge Barbosa Moreira, na Vila Ema, em São José dos Campos, quase em frente à igreja dos Mórmons... Minha história começa na noite do dia 10 de novembro de 2009, as 22:15 quando explodiria o maior blackout registrado na história deste país, atingindo vários estados e o distrito federal por longas horas...
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Som de teclas batendo rapidamente...
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21:48: "Ai caraaaamba! Estou atrasado, a locadora vai fechar...".

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22:01: "Finalmente! E-mail para o financeiro, cópia para o aministrativo, acabou... Vou correndo na locadora, o mercado fica quase em frente...".
Saí estabanado catando chave do carro, caixa do CD "porra cadê o CD???... Hum, ainda esta dentro do equipamento!" Liguei o DVD, ejetei, coloquei o CD na caixa. Sai correndo. Abri a porta da sala, desliguei a luz, mas antes de bater a porta lembrei da lista da Bárbara "...mas onde ela colocou isso???" Corri pra cozinha e lá estava
.22:13: "Cadê a droga do elevador??..."
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BERNARDO e a Dra. BÁRBARA |
grudado com um magnético na porta da geladeira, bem do lado da nossa foto de viajem a Bariloche em julho do ano passado... Ainda dei uma olhada no seu sorriso antes de sair igual a um ladrão... Moro no oitavo andar.
..22:13: "Cadê a droga do elevador??..."
Reparei que o elevador estava parado no sétimo andar... parado... parado... ainda parado...Enfiei a cara na escada e gritei... "Amigão... pode largar a porta do elevador??? Estou com a maior pressa!!!!" Ainda deu para ouvir alguém dizer baixinho... "Iiiih tem algum nervosinho com pressa, já vou indo... tchau!!! Te ligo..." A porta fechou e o elevador subiu para o meu andar. Pensei... "Que saco!!!"
22:14: Sem graça e com cara de “bunda” fui dizendo: "Oi boa noite, foi mal, mas é que estou cheio de pressa... A locadora fecha às dez e meia..." Foi quando olhei para ela, jovem, bonita, uns 25 anos, lábios rosa escuro, nariz perfeito, cabelos de anjo rebelde, cheiro de perfume gostoso...
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SIMONE |
O AUTOR E O ATOR SELTON MELLO |
70 andar: "Será que está chovendo?" (...ai que babaca, só um idiota pergunta isso para uma mulher!!!...) "Não sei, nem pensei nisso... Será???"
60 andar: "Veio visitar alguém?" "A Lúcia Helena, ela é colega na Unifesp, vim bater papo..." "Legal..." De repente ouvimos um estalo e o elevador parou entre o 60 e o 50 andar... Tudo havia ficado no mais absoluto "breu" e num silêncio assustador. "O que aconteceu??" "Sei lá, acho que faltou luz..." Cheguei a ouvir vozes distantes... O mundo parecia ter evaporado... "Ai não estou gostando nada disso! Estou ficando nervosa, não suporto ficar presa... Grita ai, chama alguém!!" Eu me sentiria ridículo gritando “Moço, moço, socooorro... Estamos presas aqui!!!" Sabia que tinha faltado luz, que o zelador do prédio iria verificar se havia alguém nos elevadores... Mas disse para tranquiliza-la: "Olha, estou com o meu celular, posso chamar alguém... Deixa eu sintonizar uma rádio..." Liguei na Joven Pan, estavam falando exatamente sobre a falta de luz:
...e as autoridades municipais e estaduais estão em alerta geral! Repetindo. Um blackout atingiu várias regiões do País nesta noite de terça-feira. Por volta das 22h15 o fornecimento de energia elétrica foi interrompido em pelo menos quatro Estados - São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso, além do Distrito Federal. Há informações de que Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraná e Pernambuco também estariam sem luz. O porta voz do Ministério das Minas e Energia ainda não se manifestou, estima-se que o Ministro Edison Lobão irá convocar uma entrevista coletiva a qualquer momento. As autoridades não dão previsão do retorno a normalidade...” Parabéns eu havia conseguido piorar as coisas... Foi quando ela entrou em pânico... "Preciso sair daqui, estou com falta de ar. Abre essa meeerrda!!!" Como se eu pudesse fazer isso. Deu pra ver que a tensão estava aumentando, resolvi ridicularizar geral e gritei pro "moço": "Oi, estamos presos no elevador... Alguém me ouve??" Ela me empurrou pro lado e deu o maior berro estridente que ouvi em toda a minha vida a meio metro do meu ouvido: "SOCOOOOORRO!!!!" "Calma garota, calma!!!... Escuta o que vou dizer, me dá a sua mão..." Gostei de segurar aqueles dedinhos finos e gelados. "...eu estou aqui com você. Esquece que estamos no elevador! Você não está vendo nada mesmo, poderíamos estar em qualquer lugar. Não estamos herméticamente fechados, está entrando ar. Respira com calma e bem devagar, sinta o ar entrando nos pulmões, veja, eu estou tranquilo. Vai dar tudo certo! Senta aqui no chão, vou sentar aqui do seu lado... Qual é o seu nome?" Ouvi uma fungadinha... "Meu nome é Simone." "Lindo nome, meu nome é Bernardo. Acho que vamos ter algum tempo para nos conhecermos melhor... Vai dar tudo certo! Me conta, o que você faz na Unifesp?" Já não havia mais pressa, não fazia mais diferença entregar o CD antes de fechar a locadora, os sorvetes de todo mundo iriam derreter nos congeladores, os médicos e enfermeiras de centenas de hospitais estariam naquela hora histéricos nas UTI's com seus aparelhos desligados, os sinais de trânsitos estariam sem cor, milhares de pessoas como nós presas nos elevadores, pais procurando filhos e todos em pânico num mundo sem luz... Ficamos conversando durante muito tempo, ela falava, eu falava... Com o tempo eu até podia sentir que ela estava sorrindo das bobagens que eu falava... "Ai, estou ficando apertada!!" Só me faltava essa... Foi eu pensar nisso e a luz voltou, levei um tapa da luz nos olhos. Tive que cobri-los com as mãos e Simone fez o mesmo... Tínhamos ficado mais de duas horas e meia sentados no chão do elevador... "Vamos lá em casa... Você vai ao banheiro, lava o rosto, sei lá... come alguma coisa e eu te levo em casa depois... Tudo bem?" Ela disse: "Tá bom, mas vou de escada..." E saiu porta a fora do elevador e eu segui atrás.... Chegando em casa ela foi direto apara o banheiro e sabe-se lá por qual processo químico-bronco-humanóide, os fios da minha cabeça começaram a se embolar. Eu ainda estava tentando organizar meus pensamentos, encontrar meu equilíbrio quando ouvi a descarga no banheiro... Minhas pupilas dilataram. Fiquei excitado... Simone saiu do banheiro ajeitando a saia e veio na minha direção. Eu disse: "Que bobagem, você está linda, nem parece que ficou presa no..." Ela veio direto na minha boca e me beijou... Meu coração disparou e minha língua ficou maluca... Aquilo não fazia sentido, nada fazia sentido... Ela me olhou direto na cristaleira da minha alma e falou bem baixinho como se estivesse implorando: "Faz amor comigo" Canalha, eu sou um canalha! Ela estava fragilizada, ou mesmo agradecida por te-la tranquilizado... Sei lá!! Eu estava na minha casa... Outro beijo e dessa vez ela me mordeu a língua. Da boca passou para meu pescoço e outra mordida... Suas unhas fincaram em minhas costas... Eu



diferente depois que nós... Aaah, me fala, o que você deixou aqui em casa que eu não achei Simone???" Com voz gelada e distante ela disse: "Todo homem é igual, nascem com bolas demais e sensibilidade de menos. Eu deixei três gotas do meu perfume no seu travesseiro..." Passados mais de 2 anos, até hoje quando entro no quarto distraído me pego olhando em volta e fico me segurando para não olhar debaixo da cama... Não existe homem santo, todos foram queimados na inquisição católica entre os séculos 16 e 19, então o melhor a fazer é vigiar, vigiar e vigiar... No mais, negue sempre...
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Bernardo Pedrosa
Bernardo Pedrosa
2 comentários:
Uma história de muito mal gosto,desculpe.Talvez nem todo homem seja tão canalha e desonesto como esse.O caráter não está no sexo,está na alma.
Caro Anônimo, coloquei uma resposta para vc no texto chamado:
A INCESSANTE BUSCA DO EQUILÍBRIO
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