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γνωθι σεαυτόν
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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

ATÉ QUANDO?

Até quando erguerei meu rosto a lembrar saudoso dos tempos da escolha?
Esqueço-me continuamente a respeitar os resquícios de minha pessoa...
Desses punhados, restante e calcinados, 
Ofereço-te em sacrifico diante de olhos negados.
Arrepio-me quando a lança dos teus olhos buscam o alvo do meu peito.
Nada de nomes, somemos apenas nossas certezas...
Assim vacilante, de espada tremula e vontade reduzida,
Cambaleio ferido nesta luta em conquistar-te absoluta.
Combate sem vitorias entregue a sua prepotência e valentia.
Dos meus dignos conceitos, restam-me o sonho de polinizar-te novamente.
Ver nascer da tua boca um som de amor, 
Fragmentos de palavras que nada sabem sobre a dor.
Ver teu corpo tremer como num intenso frio, 
Apesar de fumegar nas chamas deste vazio.  
Ainda terei visão para acompanhar tua mão 
Buscando um consolo aguerrido e pulsante, 
Preso abaixo de meu peito a te espetar amante.
Buscar no teu profundo a dádiva de gozar em teu mundo.
Das certezas altivas que me transpunham,
Restou-me farrapos, cores desbotadas, etiquetas já sem nomes...
Tenho apenas olhos escravos do teu movimento.
É na tua boca que encontro meu alimento!
É do teu hálito que encho meu peito!
É no toque do teu corpo que faço deste meu áspero 
A mão suave como a face de um nascido...
E na procura do entendimento desse meu caminho, 
Pergunto-me em qual alameda me distancio?
Em que beco me escondo, onde seguirei sem o teu encontro?
Tenho percebido aflito os passos destas pegadas, 
Pois quando vou, desejo voltar...
E quando em regresso, desprendo-me a partir.
São as malvadezas deste amor que perfuram minhas mãos
No doloroso som de metal de um martelo bandido.
Sobre cada mão um prego esquecido,
Cravado de prazer por te querer, 
Sangrando no desespero por não te ter!
A lembrança do teu cheiro me enrijece até a alma, 
Mas em nuvem se transforma,
Pois meus braços curtos não te tocam. 
Uso das lembranças instrumentos de prazer...
Às vezes faço de minhas mãos tua abertura pulsante e aquecida,
E nem sei por quantas vezes tive entre meus dedos, 
O mel que te ofertava com alegria.
Nada sei e pouco espero, pois o amanhã é cativo aos que não se negam.
Quis o destino me dar um amor não correspondido.
Deposito meus dias no solo desta guia, acreditando que um dia tuas pegadas
Vão registrar teu regresso a minha vida.


Ricardo