Boa Noite amigo, a muito contragosto devo admitir que já passei da metade da minha vida, estou no segundo tempo e com alguns gols perdidos, talvez alguns dribles bacanas, mais nada que me fizesse dizer : Nossa que jogão!!Tenho vivido de veias abertas e na quarta marcha desse bate estacas chamado vida. Isso me faz lembrar da magistral cena de Charlie Chaplin no filme “Tempos Modernos” em que ele está numa esteira de produção, desesperado Tentando apertar as porcas das peças que vão passando cada vez mais rapidamente.
(trecho deste filme no final do texto) Não tenho tantas mãos e tantos braços para deixar impecável e sem rugas o resumo de cada dia... Sempre haverá um meio sorriso querendo ser grande
ou uma situação que poderia ter sido melhor escrita... Mas a carroça trilha seu rumo... Meu filho número 2 vai casar esse mês, Marcelo. Senti que ele ficou meio enciumado, pois tenho vez por outro mencionado mais o Felipe e a Renata... O que você espera que eu diga dele? Ele é especialmente maravilhoso. Um
baita músico talentoso, dedica-se a trabalhos sociais em comunidades carentes de Porto Alegre, destaca-se na empresa em que trabalha pelo seu excelente profissionalismo... Marcelo tem 20% do meu jeito, o restante ele foi cavando e encontrando seus contornos. É um loirão alto e muito mais bonito do que eu. Quando estive em Porto Alegre em março deste ano no seu noivado, presenciei um encontro mágico de duas famílias, parecia um filme, tudo transcorreu como se todos
estivessem ensaiado o que iriam fazer e dizer; uma noite inesquecível recheada de esperanças e de expectativas – é disso que é feito o início da relação de um casal: ESPERANÇAS E EXPECTATIVAS... Sua noiva se chama Luciana, uma linda moça tanto aos olhos quanto ao coração. Eles são duas peças de um grande quebra-cabeça que se encaixam quase em perfeição, complementando-se e dando sentido as imagens ao seu redor. É com muito prazer que eu, o mais velhos dos Cacilias, recebo a benção
dessa mais nova integrante do time. Marcelo tem 25 anos. Eu sempre tive um sentimento de dívida com ele, assim como tenho com a Renata, mas com ele era uma dívida mais ardida... Nossa relação sempre foi misturada de altos e baixos. Quando ele fez 19 anos eu o chamei para morar comigo, mas por falta de concentração e de empenho da minha parte, não deu muito certo... Não é fácil reacende uma fogueira, as vezes o solo em baixo está meio úmido
do sereno da noite... Depois por uma rápida temporada na casa da minha mãe ele se mudou para São Paulo onde ficou por um ano. Na terra da Rua Ipiranga com a Av. São João, viveu um processo de pasteurização, quando o leite é fervido e depois rapidamente desce a baixa temperatura... Todas essas chacoalhadas cristalizaram o caminho do seu amadurecimento. Ele saiu do Sul como um adolescente orgulho e enganado em ter uma majestade que não possuía... Anos depois voltou para Porto Alegre com a
mala cheia de experiências e os pés sujos de terra. Voltou um homem adulto, responsável e pronto para assumir o seu futuro. Ele tinha apenas 2 anos quando me separei da sua mãe... Quando somos jovens encaramos o mural dos acontecimentos sem a plenitude da devida carga de emoção e da gravidade que elas possuem; hoje maduro e reflexivo, visualizo preocupado atitudes do passado que caem como pedras sobre meus ombros... Num dos e-mails que eu troquei com Marcelo recentemente, disse a ele
como deve ter sido difícil o “dia dos pais”, “natal”... e principalmente o dia mais importante do ano, o dia do cotidiano; pois são nesses dias em que as coisas mais importantes da nossa vida acontecem... Mas eu não estava lá!... Tenho feito desse espaço a minha tribuna, o meu lavar de roupa suja. Não posso deixar essa vida sem expor falhas de percurso que me alfinetam e me incomodam. A mãe deles nunca poupou nobreza em suas palavras quando eu era o assunto, sempre exortava nossos
filhos ao respeito e a admiração por um pai que não foi exatamente um modelo e uma premissa... O que me amedronta? O julgamento de Deus? Das pessoas? Dos filhos? Tenho medo é da minha consciência, da sua falta de misericórdia e das suas visitas inesperadas; do tapa que as vezes levo quando estou dirigindo, do sussurrar assustador no meio da noite, da sensação de estar sendo observado enquanto espero o elevador... Marcelo, com exceção da Renata, não lê mês textos; lerá um dia numa
natural busca ao entendimento
do seu gênesis... Então lanço mão da internet e da sua capacidade de guardar por muitos anos as informações que recolhe. Informações que sobreviverão aos meus dias. Sempre haverá uma chance a primavera do perdão. Penso até que já o tenho deles dois, resta eu mesmo me conceder o mesmo. Dia 20 de novembro Marcelo assumirá a sua parte na continuidade, seu casamento proverá outros Cacilias e a lei da vida prevalece novamente. Ainda que numa parcela ridícula, sinto um dever realizado... Mas o mérito cabe a sua mãe. Tere é uma mãe na medida certa e acima de tudo uma mulher que superou suas diversidades...

ou uma situação que poderia ter sido melhor escrita... Mas a carroça trilha seu rumo... Meu filho número 2 vai casar esse mês, Marcelo. Senti que ele ficou meio enciumado, pois tenho vez por outro mencionado mais o Felipe e a Renata... O que você espera que eu diga dele? Ele é especialmente maravilhoso. Um

estivessem ensaiado o que iriam fazer e dizer; uma noite inesquecível recheada de esperanças e de expectativas – é disso que é feito o início da relação de um casal: ESPERANÇAS E EXPECTATIVAS... Sua noiva se chama Luciana, uma linda moça tanto aos olhos quanto ao coração. Eles são duas peças de um grande quebra-cabeça que se encaixam quase em perfeição, complementando-se e dando sentido as imagens ao seu redor. É com muito prazer que eu, o mais velhos dos Cacilias, recebo a benção

do sereno da noite... Depois por uma rápida temporada na casa da minha mãe ele se mudou para São Paulo onde ficou por um ano. Na terra da Rua Ipiranga com a Av. São João, viveu um processo de pasteurização, quando o leite é fervido e depois rapidamente desce a baixa temperatura... Todas essas chacoalhadas cristalizaram o caminho do seu amadurecimento. Ele saiu do Sul como um adolescente orgulho e enganado em ter uma majestade que não possuía... Anos depois voltou para Porto Alegre com a
mala cheia de experiências e os pés sujos de terra. Voltou um homem adulto, responsável e pronto para assumir o seu futuro. Ele tinha apenas 2 anos quando me separei da sua mãe... Quando somos jovens encaramos o mural dos acontecimentos sem a plenitude da devida carga de emoção e da gravidade que elas possuem; hoje maduro e reflexivo, visualizo preocupado atitudes do passado que caem como pedras sobre meus ombros... Num dos e-mails que eu troquei com Marcelo recentemente, disse a ele
como deve ter sido difícil o “dia dos pais”, “natal”... e principalmente o dia mais importante do ano, o dia do cotidiano; pois são nesses dias em que as coisas mais importantes da nossa vida acontecem... Mas eu não estava lá!... Tenho feito desse espaço a minha tribuna, o meu lavar de roupa suja. Não posso deixar essa vida sem expor falhas de percurso que me alfinetam e me incomodam. A mãe deles nunca poupou nobreza em suas palavras quando eu era o assunto, sempre exortava nossos
filhos ao respeito e a admiração por um pai que não foi exatamente um modelo e uma premissa... O que me amedronta? O julgamento de Deus? Das pessoas? Dos filhos? Tenho medo é da minha consciência, da sua falta de misericórdia e das suas visitas inesperadas; do tapa que as vezes levo quando estou dirigindo, do sussurrar assustador no meio da noite, da sensação de estar sendo observado enquanto espero o elevador... Marcelo, com exceção da Renata, não lê mês textos; lerá um dia numa
natural busca ao entendimento
do seu gênesis... Então lanço mão da internet e da sua capacidade de guardar por muitos anos as informações que recolhe. Informações que sobreviverão aos meus dias. Sempre haverá uma chance a primavera do perdão. Penso até que já o tenho deles dois, resta eu mesmo me conceder o mesmo. Dia 20 de novembro Marcelo assumirá a sua parte na continuidade, seu casamento proverá outros Cacilias e a lei da vida prevalece novamente. Ainda que numa parcela ridícula, sinto um dever realizado... Mas o mérito cabe a sua mãe. Tere é uma mãe na medida certa e acima de tudo uma mulher que superou suas diversidades...
Obrigado por me ouvir, amigo. Seja feliz!
Ricardo
TRECHO DO FILME "TEMPOS MODERNOS"
ESCRITO E DIRIGIDO POR CHARLIE CHAPLIN - 1936
ESCRITO E DIRIGIDO POR CHARLIE CHAPLIN - 1936