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sexta-feira, 22 de junho de 2012

A INCESSANTE BUSCA DO EQUILÍBRIO




Em 14 de janeiro de 2012 foi
publicado um texto no blog
ricardocacilias.blogspot.com.br
com o título: BLACKOUT... 
Em 22 de junho de 2012, alguém postou o seguinte comentário:


1. comentário:             
Anônimo escreveu: 22 de junho de 2012 - 10:33

Uma história de muito mau gosto, desculpe.
Talvez nem todo homem seja tão canalha e desonesto como esse.
O caráter não está no sexo, está na alma.
Responder/Excluir:

Responder:
Querido leitor, obrigado por expressar a sua opinião sobre o meu texto. Sou como um feirante expondo suas laranjas na feira, acordo cedo, escrevo meus pensamentos, como é bom saber que alguém parou em frente as minhas laranjas e provou uma delas... Não concordo com a sua opinião, mas nem mesmo minha mãe amou tudo que eu fiz nessa vida... Como você não se identificou e nem definiu seu sexo, vou trata-lo apenas como “leitor”. Permita-me refletir sobre as palavras do seu comentário. Primeiro gostaria de lembrar que o texto é uma ficção e que os personagens são filhos do meu imaginário, nasceram do meu útero criativo. Nós seres humanos temos um leque de ações e decisões que vão desde Madre Teresa de Calcutá a Adolf Hitler e em algum ponto desse caleidoscópio vivo existimos. Ainda que pareçamos muito santos, muito honestos e previsíveis, somos constituídos tanto da semente do bem quanto a do malSomos pinceladas  
de infinitas matizes, seres de ações e reações, de impulsos, somos como uma mola presa entre a nobreza e o mundano em em que um dos lado procurar condicionar o desejo do outro de se ejetar na busca da sua forma original – como cristão refiro-me ao PECADO. Cada um de nós procura se cercar de dispositivos capazes de nos ajudar a sermos alguém melhor, a sermos alguém socialmente aceito, membro de uma igreja, empregado de uma empresa, aluno de uma escola... Dispositivos encontrados na educação, na filosofia, na religião, nas leis, nas tradições, em nossas convicções... E assim cada um vai construindo o seu paradigma*De que é feito o seu paradigma? Nada é absoluto, nem os contundentes desejos da carne, nem a  serena e iluminada santidade. É a eterna luta entre o bem e o mal. Ao menos você usou o advérbio “talvez”, isso me revela que você tem dúvidas sobre o que escreveu, e isso é bom... A dúvida é a mãe das certezas! Você disse: “Talvez nem todo homem seja tão canalha e desonesto como esse”. É verdade, caro leitor, talvez... “O caráter não está no sexo, está na alma.” Tenho lido bastante sobre caráter, sobre alma, sobre as pessoas e posso te garantir que há pouco consenso em afirmar sem sombra de dúvida o papel da alma e suas interações. A alma é o espelho de nossas atitudes. Talvez você seja um ateu covarde que encontra em conceitos seculares a paz de não ter que prestar contas a um Deus criador de todas as coisas. Quisera ser assim, dono absoluto das coisas que faço... A filosofia me ilustrou que nada e ninguém, está livre da CONCUPISCÊNCIA DA CARNE**. Talvez, caro leitor, se as pessoas do mundo fossem uma rocha de caráter, não haveria leis, nem juízes, não haveria promotores, nem advogados, não haveria psicólogos e psiquiatras, nem policiais e cadeias, nem faixa de pedestres, nem exércitos,  nem  calçadas,  não  haveria  um um céu nem
inferno e John Lennon não teria escrito ImagineMas essa não seria a Terra e nós não seriamos seres humanos. Eu escrevi 76 textos, sendo que  desses, 65 foram publicados no meu blog, no entanto me sinto no lucro, pois apenas Blackout te motivou a opinar negativamente, presumo que tenha gostado dos demais... Ou quem sabe este texto despenteou as franjas daquela vestimenta celeste que você utiliza para transitar serelepe por entre o sagrado e o profano, e este profano sorriu nos lábios da sua alma incorruptível e você se borrou de medo ao ver que é tão tão humano quanto os personagens que abominou? Talvez, caro leitor, tudo talvez. Não estou afirmando nada. Eu me dou o direito da dúvida, pois bem sei que sou um homem falho. Cometi quase todos os erros que um homem da minha idade poderia ter cometido, nem por isso desisto de mim. Você desistiu de mim? Perguntarei o mesmo ao Deus que acredito... O mundo não se dividi entre santas e putas, nem mundanos e  sagrados, mas temos um pouco de cada um deles em nós mesmos. Procuramos manter nossos olhos sobre esses personagens, não deixando que um sobressaia mais do que o outro; mas às vezes a maresia do cotidiano enferruja nossos cadeados e para o nosso horror as feras fogem ao cair da noite. Acordamos pela manhã sabendo que no dia anterior fomos um pouco o Bernardo ou um pouco a Simone. Atire a primeira pedra quem não possui merdas em sua biografia. Devemos cuidar para não sermos medidos pela mesma régua que utilizamos para medir os outros. É da natureza humana, eu sei, mas devemos cuidar. Afinal, caríssimo leitor, somos matéria de um mesmo Mundo. Somos molhados pela mesma chuva e queimados pelo mesmo Sol, mas temos algo em comum: Vivemos a incessante busca do equilíbrio. Eu gostaria que meu nome fosse um sinônimo de “vida santa”, eu gostaria que minha vida fosse ensinada nas escolas como um exemplo a ser seguido, eu gostaria de ser um espelho para que outros refletissem diante de mim, eu gostaria que minha alma brilhasse mais do que o Sol numa parede de ouro polido, eu gostaria que minhas palavras fossem perfumadas e meus pensamentos uma brisa refrescante... mas
sou apenas um homem, apenas um cara. Não quis ofender suas convicções, apenas expor as minhas; a de que vale a pena salvar o cesto de frutas se apenas um dos fruto amanheceu apodrecido. Meus personagens agiram como agiram, não que fossem as bestas do apocalipse, vermes, safados, malditos, depravados... Eram apenas gente como nós num momento sem esplendor. Que erram e as vezes se arrependem. Eu mesmo não me elevo aos céus e tão pouco me condeno ao inferno, pois sei que não somos livres, mas o resultado de nossas escolhas... Volte mais vezes e traga seus comentários, talvez um dia cheguemos a uma conclusão.
Um abraço.

Ricardo Cacilias
noite de 22/06/2012 


















*Paradigma

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Paradigma (do grego parádeigma) literalmente modelo, é a representação de um padrão a ser seguido.
É um pressuposto filosófico, matriz, ou seja, uma teoria, um conhecimento que origina o estudo de um
campo científico; uma realização científica com métodos e valores que são concebidos como modelo;
 uma referência inicial como base de modelo para estudos e pesquisas.


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