Meu Blog

A eternidade é o
momento que se renova

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Conhece a ti mesmo
γνωθι σεαυτόν
γνωθι σεαυτόν


quinta-feira, 22 de março de 2012

1987


Eu atravessa distraído uma rua  na internet, e passei por um cartas onde se lia YouTube. Como estava fazendo hora, entrei sem bater. Dei um esbarrão num clip do RPM de 1987... Levei um susto! Eu tinha me esquecido que havia morado lá. Estou vivendo tão intensamente cada minuto de 2012, que ter dado uma olhada sem querer por essa janela embaçada, me trouxe muitas lembranças! Não é exatamente por causa de 1987, é aquela época... Lembrei de pessoas queridas que estavam vivas neste tempo, eu podia pegar o telefone e ligar e ouvir suas vozes do outro lado da linha quando quisesse. Muitas vezes poderia ter feito, e muitas vezes simplesmente não fiz. Eu sofria nessa época de "longevidade", maldita mania de pensar que iria viver 500 anos... Me deu uma vontade danada de ligar de novo e ouvir suas vozes, ainda tenho seus telefones em minha cabeça, elas é que não estão mais lá para atender... A música foi tocando, depois ouvi outra e outra... Apesar de estar num quarto pequeno, sem convite minhas lembranças foram se aproximando. Enquanto a música tocava, eles foram chegando um a um para uma festa não planejada. Todos da minha saudade invadiram meu quarto e foram se espalhando em minha volta. Vestiam suas roupas de 1987, conservavam seus olhos e seus sorrisos como eram naqueles tempos, tinham estampados em seus rostos o brilho da certeza de que tudo daria certo... Cada um seria o dono do mundo, cada um... Eu ali sentado, a música tocando, tanta gente feliz em minha volta, e eu era o único de cabelos grisalhos... O único que conhecia o futuro deles... Deixei pirar geral, me levantei da cadeira e fui cumprimentá- los, abracei um, acenei para o outro, puxei assunto, conversei, ri alto, dancei com as meninas, zoaram as minhas roupas e eu as deles. Perguntar para as lembranças se lembravam de outras lembranças é uma licença poética dos loucos que me permiti sem constrangimentos. Me empolguei além da conta e acabei mostrando as fotos dos meus filhos; foi uma surpresa geral... A expressão de susto em seus rostos me fez lembrar como somos reféns do tempo... As músicas foram acabando e eles foram saindo, tive vontade de ir junto, de passar pela mesma parede em que se despediam, mas não deu... nem meu dedinho entrou por ela. Havia voltada para 2012. Me vi sozinho em pé no meio do quarto, com a carteira aberta nas mãos e meus filhos sorrindo nas fotos. Voltei a me sentar com os berros do silêncio em meus ouvidos...

Olhei para o computador e
pensei em escrever
e contar o que havia acontecido comigo...
e é o que estou terminando de fazer agora. Como sou idiota... 
Um saudoso idiota! 


Ricardo Cacilias. 
dedicado as minhas saudades



terça-feira, 20 de março de 2012

CAFÉ COM PENSAMENTO...


Não deve ser de todo ruim ser ignorante. 
Ter um mundo compacto é mais fácil de se entender...
Porque temos que nos manter em constante crescimento? 
Faz parte das regras do jogo trazer idéias novas para morar conosco? Ter que arranjar quartos novos e camas com lençóis limpos para tantos hóspedes vitalícios?... 
Se tivéssemos um mundo de poucas ruas, seria mais fácil seguir seus caminhos e guardar o nome de todas elas. 
Porque sofrer com as mãos cheias de vírgulas e nos alfinetar com dúvidas de como distribuí-las melhor no texto? 
Porque correr o risco de ser pego usando o verbo num tempo fora da sua batida? 
Porque se lamentar de ter se sentado nos bancos apenas para receber o x da presença? 
É tão importante assim achar que a vida seria melhor descrita, se a análise sintática tivesse sido cortejada como uma linda mulher? 
Concordâncias duvidosas, crases corrigidas pelo word, elegância nas capas de minhas crises... 
Haja unha para alimentar tantas dúvidas! 
Eu era mais feliz quando acreditava que o quintal da minha casa era o Mundo. 
Tenho dúvidas se fiz bem ao acrescentar o Universo como parte disso tudo... 

Ricardo Cacilias



segunda-feira, 19 de março de 2012

BECO...





Eu daria tudo que tivesse de valor para voltar ao dia em que te conheci. Quando as flores ainda estavam frescas e não havia esse mato alto crescido em minha porta. Quando havia menos rugas de surpresas em meu rosto, por ver que o tempo é contínuo e impessoal. Eu daria o que tivesse e pediria empréstimo para dar um pouco mais, voltar quando tudo era sementes e eu poderia de novo escolher quais seriam plantadas e quais seriam cuspidas... Mudaria quase tudo: minhas frases sem rima, minhas escolhas insanas, meus caminhos mancos. Empilharia no canto do meu íntimo, como livros para doar, todos os planos mal traçados que não me levaram ao mar, mas a um beco sem luz... Arrancaria meus olhos e os pisaria como tomates podres, deixaria minha língua na primeira lixeira, faria uma faxina no coração, aprenderia piadas novas, assuntos relevantes, trocaria a cor da fachada, bateria o tapete da entrada, faria valer as dores que a sua ausência me consumiu... Só não mudaria duas coisas:
'
Esse amor ardido que queima sem produzir cinzas e você conforme a natureza te concebeu.
'
.Eu daria tudo, mas não existe voltar no tempo, o que existe é o tempo, contínuo e impessoal...


19-03-2012





sábado, 17 de março de 2012

QUANDO O AMOR ACABA...





O amor é como a luz intensa da lua cheia numa madrugada sem nuvens a deleitar suas intimidades com estrelas eternas, entregando-se a prazeres e comunhão onde só o amor sabe germinar; mas se acaso a lua se perde entre montes distantes, que sopram sua luz para o que nada resta, faz das estrelas sementes secas a orbitar, com suas luzes frias de intermitentes vazios num céu de mar negro: sem ondas, sem vida, sem ar...  
Quando o amor acaba, parece a costura mal arrematada de um lindo vestido; as partes se esgarçam, o conjunto se perde, deixa de ser lindo, deixa de ser vestido....
Quando o amor acaba, percebe-se a ausência de quem sai sem despedidas, sem um aceno, um corpo sem sombras, ninguém viu passar; vira lembranças... .
Quando o amor acaba, o tempo distorce a percepção dos sentidos, a chuva é expulsa da terra, retorna a superfície e volta a ser gota, eleva-se aos céus e se afunda numa nuvem qualquer que se afasta....
Quando o amor acaba, as promessas são devolvidas em caixas de presente sem o papel de seda, o chamego emudece, as gargalhadas viram ecos de bocas que encobrem sorrisos sepultos....
Quando o amor acaba, as emoções escapam em correria como fuga em massa da prisão, sem guardas na porta, sem trancas, sem sirenes e sem alardes....
Quando o amor acaba, a intimidade se veste de pudor, a apatia se desnuda e afastamos nossos pelos e corpos do toque de seda que umedeciam os dedos. O beijo agora encosta, não chupa, o gozo vira sono de criança e na cama jazem travesseiros adormecidos....
Quando o amor acaba, toda carta que chega, todo telefone que toca, toda mão que repousa no ombro, toda voz que nos chama, é a lembrança do amor sufocado escrito na página que se vira... .
Quando o amor acaba, nos tornamos visita onde éramos do lar, refaz-se cerimônias insípidas, cafezinho na xícara da cristaleira, simpatias forçadas e despedidas com apertos de mão sem pressão....
O que antes era cor, agora escorre desbotado. O que antes era ventania a calmaria saboreia a deriva, o que antes floria, agora sobram raízes secas e quebradiças....
Era um corpo, mas dividiu-se novamente, voltam a ser óvulo e sêmen; já não se chamam, não se reconhecem, afastam-se a nado para o mar, sabe-se lá pra onde, não sei... não sei...
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17-03-2012

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quarta-feira, 14 de março de 2012

ONDE HABITA O MEU ESPÍRITO?



Onde habita o meu espírito? No meu ventre? Do meu ladinho esquerdo como um fantasma? Nas páginas do dicionário? Nos conceitos freudianos? Nas nuvens junto aos anjos? No escritório do meu advogado? No meu contra-cheque? Em meio aos meus guardados? No meu coração? 
Onde o padre ensina? Onde o pastor prega?... 
Pensa comigo ser humano, confessa camarada!...
Você não sabe onde o meu espírito vive e tão pouco por onde anda o seu. Onde ele passa o seu tempo enquanto você dorme? De que se alimenta? Tudo bem... Faço uma pergunta mais fácil... Você tem uma alma? Vamos lá, essa é fácil... Qual a diferença de alma e consciência? Qual a diferença de tomar banho ou colocar um talquinho onde cheira mal? Qual a diferença de combinar alguma coisa e não cumprir? Qual a diferença de possuir um dedo acusador de plantão e se ofender quando é interpelado? Tenho me feito essas perguntas salgadas, porque mereço mais do que o alimento que as amebas se deliciam...
Só específicas criaturas não se interrogam, não se constrangem, se bastam e se vêem isentas de pecados... As de carne podre! Guardadas em caixas de madeira com sete palmos de terra sobre suas integridades sem alma...
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Eu sempre fui um candidato a DEUS, desde menininho. Era natural pensar que o meu julgamento era perfeito. Que tarefa fácil é essa de ser  DEUS . Se fazem alguma coisa diferente dos meus conceitos perfeitos, é só apontar e acusar de demônio, belzebu, capeta, demo, tinhoso, maligno ou gramunhão! "Sai de retro incapaz, majestade das trevas, eu vos sentencio, te rotulo, enfio um código de barra em seu reto, porque EUSOU um perfeito candidato a  DEUS !!!!!!!!!!!!!!!!!! 
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Somos? 
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Não sei dizer onde meu espírito vive, mas sei que o demônio habita na minha concepção do que é perfeito... E na sua também, irmãozinho... Gostaria que você soubesse que eu estou DESISTINDO DO CARGO DE SER DEUS! Nem um arcanjozinho sequer...
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Colei nas provas, fiz filhos, casei, tive várias vidas, fiz muita merda, de algumas me arrependo e de outras ainda estou fazendo o meu inventário... Você já fez a sua prova dos 9 hoje? Sabe fazer as contas de tras para frente? Já se colocou no lugar de alguém?  
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Temos uma capacidade gigantesca de apontar erros, mas somos míopes com os nossos atropelos. Eu não te condeno, irmão, mas eu não vou mais deixar que você venha a bancar  DEUS comigo! Já existe um verdadeiro ocupando essa função de maneira profissional e muito melhor do que suas muletas encardidas possam alcançar. 
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Vou te dar uma "dica" grátis. Hoje a noite depois do jantar não vá de cara assistir TV... Bata na porta de suas entranhas e quando abrirem pergunte com um sorriso: "Olá, estou procurando o meu espírito, ele está por ai??? Não??? Onde esse menino foi se esconder?? Tudo bem, obrigado..." 


Ricardo Cacilias

terça-feira, 13 de março de 2012

A BENGALA...



Eu nunca tive avô... 

Não igual a esses sorridentes das propagandas da Coca-Cola ou daqueles de cabelo branquinho nos lanches a tarde do McDonald's com os netos. Meu avô, pai do meu pai, conseguiu ser mais distante de mim do que meu pai foi. Meu avô era magro, calvo e muito alto... Acho que devia ter a altura que tenho hoje: 1,73 m. Você não acha muito alto? Para uma criança era um gigante...  O pai do meu pai era um avô holográfico, como uma projeção de imagem, uma espécie de personagem... Acho que ele dormia de terno, estava sempre de terno fosse quantos 40º estivessem fazendo... Pensando bem, ele se parecia um pouco com o ator Henry Fonda já na idade avançada. Ele não gostava de criança, não que as odiasse, claro que não! Muito menos a seus netos. Mas eram 30 segundos cravados no relógio, o tempo suficiente para olhar, perguntar alguma bobagem, passar a mão na cabeça e dar uma leve pressão nas costas, tipo: ”... vai brincar lá fora..." Um dia desses escrevi um texto chamado: A HISTÓRIA DE UM MENINO. Eu conto uma passagem de um certo domingo de 1936 quando meu avô foi visitar meu pai no colégio interno. Meu avô ficou viúvo em 1932 e na sua visão das coisas ele preencheu as lacunas de sua vida da melhor maneira que achou... Sem querer filosofar sobre isso, mas uma decisão tomada no calor das circunstâncias pode afetar gerações de pessoas, suas almas, suas vidas... Minha família não tem vastos registros fotográficos dos ancestrais como algumas famílias têm. Brinquei certa vez com meu irmão Roberto dizendo que nossos antepassados eram ladrões de cavalos... Ele riu eu ri também, depois ficamos em silêncio, depois nos acolhemos no pôr do Sol dos nossos pensamentos... Quem foi o pai do meu avô? Que relações tiveram que fizeram do meu avô uma estátua que andava e colocou meu pai num colégio interno? Somos elos de uma infindável corrente... Se um dia eu acordasse num sonho delirante e me encontrasse sentado à mesa para tomar café com meu pai, meu avô, o avô do meu pai, e espalhássemos nossas vidas sobre a mesa como cartas de um baralho da vida... Ah, isso libertaria nossas almas aprisionadas por ossos secos que não foram enterrados, pois os “achos” virariam fatos e as dúvidas em certezas. Meu avô tinha olhos azuis, mas raramente fitavam os meus de verdade. Quase sempre, quando penso em meu avô é nos seus olhos azuis, eles estão lá em cima, a 1,73 m distantes dos meus... Numa tarde perdida nas lembranças de uma criança, vi meu avô fumar cachimbo, foi à única vez que vi acontecer. Eu gosto de cachimbo, da essência, do cheiro, do momento egoísta e pessoal que ele exige... Também fumo cachimbo, muito raramente, mas gosto! Avô é o nosso primeiro momento de perda, é quem nos faz pensar que a vida tem seus limites, mas também que as calçadas nunca acabam, mudam apenas de lado... Meu avô era um cara elegante, de farta cultura, tudo ele sabia, sabia dançar, tinha molejo, sabia sorrir na hora certa, sabia fazer uma mulher se sentir especial e única. Todas as mulheres que ele teve se sentiram dessa forma e ao seu tempo: Especial e Única. Sou um cara de sorte, tive 200 avós, todas "bem altas". Meu avô gostava de reunir os olhos em sua volta, falar de vinhos, daqueles lugares tão santos quanto exclusivos dos bem nascidos, da melhor raquete de tênis, do tipo certo de cavalo para se jogar polo, como a empregada deveria lavar o seu cashmere... Que avós tivemos?.... Apesar de toda a santidade que investimos em suas imagens, são tão iguais como eu sou, tão humanos como eu padeço ser... Parando para pensar melhor não tenho o direito de esticar meu dedo para qualquer direção, senão para mim mesmo... Eu ainda estou por aqui e posso fazer diferente! Em 1981 eu morava em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, e estava casado com a Tere. Numa noite quente sem estrelas meu pai me ligou: "Alou, Ricardo?... É seu pai... Tudo bem?" Meu pai sempre iniciava nossa conversa por telefone dizendo que era "meu pai", como se alguma vez isso não fosse claro para mim... "Oi pai!... Tudo bem???" "Ricardo, seu avô não está bem... ele foi para o hospital..." Seguiu um ligeiro silêncio, uma pausa, gosto de pensar que ele segurou sua emoção naquele momento. "O que foi, pai? Porque o vovô foi para o hospital?...” Meu pai achava que uma notícia ruim deveria ocupar os espaços do coração aos pouquinhos, como se uma bofetada pudesse ser recebida a prestação... "...O vovô morreu hoje de tarde, filho." Era 1981 e apenas muito recentemente, depois de ter virado um velho emotivo, pude chorar sua morte. Num desses dias que me peguei procurando meu avô dentro de mim, lembrei que ele tinha uma bengala preta e gostava de dizer que era canadense. Hoje acredito que não era por que ele precisava dela, mas lhe emprestava certo charme.... Eu nunca soube onde essa bengala foi parar, mas um dia quero ter uma igual. Quem sabe vou saber roubar das minhas lembranças a elegância de portar uma da mesma forma que meu avô fazia?... É... Quem sabe?...




 Ricardo Cacilias
    13-03-2012
dedicado a meu avô Manoel

domingo, 11 de março de 2012

MULHER!






Vamos esclarecer de cara uma coisa: pra mim todos os dias é o Dia da Mulher. Há uns dias comecei a dedilhar as primeiras linhas desse texto, pesquisei na internet, olhei milhões de fotos, fui me enrolando e ficando cada vez mais perdido... Então a "diretoria" começou a ficar preocupada, e resolveram enviar um almofadinha burocrata que trabalha no segundo andar do Departamento da Razão, no Setor de ObjetividadeTivemos outra reunião desgastante... Muitas vezes, ao longo da minha vida, discutimos com soco na mesa, berros e acusações. Eu não gosto dele e ele não me  suporta! Ele me disse com os dentes acirrados: "Ricardo, pra que entrar nessa?? Fale sobre qualquer outro assunto dessas bobagens que você escreve, mas larga esse tema!" Tive que concordar em parte com esse "escroto" da "objetividade", mas enviaram o cara errado pra falar comigo, não se pode ser objetivo para falar de Mulher! Esse assunto, não se encerra num texto, num livro, nem em uma coleção de livros, nem em todos os livros do mundo... Esse assunto, Mulher, é tão vasto e profundo como os oceanos abissais. É muito complexo falar sobre você; sobre essa química hormonal, sobre suas emoções que cobrem cada milímetro do seu corpo. Corpo? Que delícia... Nem a mais pura droga alucinógena do planeta me daria as sensações que o corpo de uma Mulher já me fez sentirNão existe homem que não se arrepie com o olhar de desejo de uma Mulher. Começar por onde? Falar de quê? Da maternidade? Filhos? Do sexto sentido?  Da tomada do poder mundial? A capacidade de ver bilhões de cores a mais do que eu? Desse campo de visão que lhes permite ver quase atrás da nuca? De conseguir ouvir uma agulha caindo?  De ser capaz de fazer várias tarefas ao mesmo tempo e bem feitas? Desse poder divino de transformar um ovo de alguns milímetros numa pessoa com alma e tudo, e ainda produzir alimento em seus peitos. Que auto suficiência! Foi isso que o almofadinha do 2º andar quis me prevenir: "...você vai ficar deprimido, elas são imensamente melhores do que nós!!!" Eu disse pausadamente olhando em seus olhos: "Vá à merda!" Bati com a porta, 
caminhei até o meu laptop, 
joguei o coração na mesa 
encarei o texto. Querer eu não quero, mas devo admitir 
que já magoei muitas Mulheres, já decepcionei, fui mesquinho, mentiroso, medíocre, um genuíno babaca. Muitas vezes me aliei ao pinto para traçar planos tão ardilosos quanto absurdos... Não me dei conta de que Ele é apenas um 
executor, não lhe cabe planejar; me uni a pessoa errada enquanto a sensibilidade e o coração estavam aqui do meu lado, doidos para me aconselhar e fazer da minha vida um lugar melhor de se viver. Pior do que só reconhecer isso aos 52 anos, seria nunca ter acordado! Não vai valer de muita coisa, eu acho... mas Mulher, perdão! Os brutos também amam, eu sou a prova disso. Minhas culpas são como malvados duendes que vez por outra esticam seus pés para me verem tropeçar. Malditos sejam, me abandonem! A Mulher sempre esteve ao meu lado nos momentos mais marcantes da minha vida. Como eu gostaria de dizer aquela frase definitiva, aquela frase de efeito, mas sou apenas um homem, não extrapolem suas expectativas, cheguei até a fronteira de onde poderia chegar. Quero homenagear as lindas Mulheres e as muito feias; as Mulheres de seda e as  que “batem aquele bolão”; as grávidas e as que nunca serão mães; as novinhas e as Mulheres sábias; as loiras,  ruivas, morenas, negras e as muito brancas; as prostitutas e as sagradas; as abandonadas e as dominadas; as inteligentes e as burras; as sintonizadas e as sem noção; as que seguram uma onda e as que só fazem onda; as virgens e as que já deram; as descoladas e as caipiras; as que fazem gostoso e as que só pegam com os dedos; as gostosas e as sem tempero; as que sabem fazer e as que compram pronto; as agredidas e as que enfiam a mão; as que choram e as que fazem sorrir; as que amam e as decepcionadas; as heroínas e as bandidas; as que me largaram e as que me procuram; as que gostam de um bad boy e as que gostam de um elogio; as que só fazem planos e as que fazem acontecer; as que tem orgasmos e as que dormem sozinhas; as que me emocionam e as que me dão raiva; as incompreendidas e as donas da verdade; as que eu desejo e as que não me dizem nada; as que repetem a mesma ladainha e as que não sabem o que vão dizer; as francas e as falsas; as espertas e as tolas; as que me cantaram muito bem e as 
 que desafinaram feio; as que eu eu levaria para a guerra e as que eu levaria para a cama... 
Que Universo pode existir, sem a luz dessas estrelas?
Amo vocês! 
Feliz Dia Internacional das Mulheres
Feliz todos os dias...




Ricardo Cacilias
     11-03-2012


Calor... Sexta, 21hs. Noite de lua cheia. Num daqueles bares do
Catete três mulheres da firma foram beber chopp.
Depois de algumas rodadas começam a falar dos homens, doces palavras como "ratos", "covardes", "bebezões" foram surgindo rapidamente... 
Lúcia Helena olha para as amigas, faz um ar de deboche e pergunta: "Qual a diferença entre um homem e uma manga verde?" As amigas não entendem a pergunta (?) ... 
"Fala Márcia! Qual?" "A manga amadurece..." Ka, ka, ka, ka, geral... 
Marta entra no clima e pergunta: "Quando um homem mostra que tem planos para o futuro?" "Quando?"... "Quando compra 2 caixas de cerveja..." Ha, ha, ha, ha... 
"Agora é a minha"  Diz Débora. "Quantos homens são necessários 
para trocar um rolo de papel higiênico?" "Quantos???" As outras duas perguntam. 
"Não sabemos, isso nunca aconteceu..." Ha, ha, ha, ha... 
"Porque é tão difícil achar homens bonitos, sensíveis e carinhosos?... Porque eles já tem namorados...! Ka, ka, ka, ka...
"Como se chama uma mulher que sabe onde está o seu marido todas as noites? 
VIÚVA!!" 
Tenho outra, diz Débora: "Por que as mulheres casadas 
são mais gordas do que as solteira??" "Fala aí!" "A solteira chega em casa, 
vê o que tem na geladeira e vai pra cama... A casada vê o que tem na cama 
e vai para a geladeira..." Porra, essa é ótima!... Ka, ka, ka, ka...
Elas tinham mesmo muitos motivos para rirem de nós... 
As Déboras, as Lúcias, as Márcias...


sábado, 10 de março de 2012

ANSIEDADE...




Foi numa dessas noites em que o dia se desfez em suores e a expectativa de um novo dia faz renovar nossos sonhos por dias melhores, que minha ansiedade me segurou pelos ombros e me sacudiu até que eu acordasse... Com os olhos inchados me sentei na beira da cama e tentei fazer um “combinado” com ela; como um acordo de cavalheiros entre inimigos no campo de batalha. Minha proposta foi que se ela me despertasse durante a madrugada, eu não iria olhar para o relógio e nem iria querer saber por quanto tempo ficaria acordado, dessa forma eu tentaria enganar a minha percepção e na manhã seguinte não sofreria tanto...   
Como fui inocente em acreditar que haveria alguma honra nessa senhora. Essa messalina traiçoeira passou a aumentar a intensidade da luz do aparelho da TV a cabo e sua hora digital, pareciam atravessas minhas pálpebras denunciando as horas; ao tentar me refugiar na cozinha, a luz do relógio digital do microondas era tão forte que parecia decalcar os números das horas nas paredes, piso e teto... E finalmente quando meus olhos acabavam encarando a face do tempo, uma risada estridente dessa megera se fazia ouvir, a chamei de filha da puta, e a risada só aumentou. Está acontecendo agora de novo, é madrugada e sei que são quatro horas da manhã. A sonolência me fez levantar da cama tão lentamente como se flutuasse, os chinelos foram entrando em meus pés enquanto caminhava em direção a janela. As cortinas balançam como ondas preguiçosas de um mar cativo a sensualidade da Lua cheia. Apoiei minhas mãos na janela, parecia que iria me jogar, mas era para ver melhor a majestade dessa luz. Respirei fundo, ou foi um suspiro, nem sei ao certo... O ar fresco da madrugada me possuiu como um espírito. Havia um som distante, alguém ouvia uma música antiga, talvez outro cara como eu despertado por seus fantasmas. Ainda deu para ouvir os últimos instantes de um casal fazendo amor; ela gemia agitada, transbordante e aos poucos foi se acalmando saciada. Seu gozo foi devorado pelo anonimato das janelas. Madrugada mágica, fria, iluminada. Maldita ansiedade! Agora a vejo literalmente materializada por minha insônia; parece um borrão de desenho de bruxa mal vestida, apagado por uma borracha velha. Seus olhos amarelados me encaram fixos enquanto abre seu sorriso encardido e desprezível de canto de boca, sua imagem me causa repulsa. Finalmente ela sobe em sua vassoura, da duas voltas silenciosas junto do teto do quarto e sai desfarelando-se pela janela, sorridente, vitoriosa... Nosso acordo está desfeito, não se pode fazer acordo com a ansiedade. O covarde do sono esta voltando e a noite escapuliu do meu descanso; vejo a luz apalpando as estrelas, já vai amanhecer!




                 10/03/2012
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domingo, 4 de março de 2012

O OUTRO LADO DO ÓBVIO...



O que está acontecendo pai?
Que doideira fazer parte desse século. Tudo tem que ser tão ciberneticamente imediato, não há mais tempo para saborear preciosidades... Quase tudo se resume em rasgar o envelope, acrescentar 200ml de água, colocar no microondas e pronto. O espírito do imediatismo do século XXI tenta me fazer acreditar que viver pequenas coisas que não sejam majestosas, exuberantes, imprescindíveis, como olhar o passeio de uma folha voando nas costas do vento, é coisa para derrotados. Fico tonto com essa roda-gigante, dessa rotina míope e sufocante. As vezes olho pro céu, abro os braços e pergunto pra Deus: "O que está acontecendo Pai? Quem eu sou? Onde estou? Para onde vou?" Penso que somos tão absolutamente complexos, assim como, somos tão absurdamente óbvios de mais.

Pinky e Cérebro
Tinha um desenho animado que eu já burro velho gostava de assistir. Eram dois ratos de um laboratório, um se chamava Pinky e o outro Cérebro. No fim de cada história Pinky perguntava para o Cérebro: “O que vamos fazer amanhã Cérebro?” E ele sempre respondia o mesmo bordão: “A mesma coisa que fazemos todas as noites, Pinky... Tentar conquistar o mundo!” Eu estou cansado de seguir esse “script”, de tentar todos os dias “dominar” o mundo... Dessa tarefa perpétua de ser espetaculoso. Dessa maldita competição pelo melhor campo de caça. 
Lembro da minha época de vestibular, em 1977 eu estudava no GPI da Tijuca. Um dia em meio aquele stress de ter que aprender tudo e passar na faculdade, uma menina bonitinha e gostosinha, que sentava na minha frente, disse em alto brado numa aula de química sobre moléculas e outros periféricos do assunto: “Eu não acredito em nada disso!!! Molécula? Que fica vibrando? Que se aglutina a outras moléculas para formar coisas...? Eu estudo isso para passar no vestibular, mas se eu não vejo, eu não acredito!!! Pooorra!!! Foi aquele reboliço na sala... e o professor com aquela "cara de bunda". É como dizem... Um ano de cursinho pré-vestibular, 13 mil reais, passagens de ida e volta para o cursinho, 1.200 reais, livros e apostilas usados durante o ano, 3.000 reais, ver o professor de química ficar com "cara de bunda", isso não tem preço... Por acaso eu acredito em moléculas, mas pensando bem eu nunca parei para pensar sobre isso. Não tive sequer uma duvidazinha quando me disseram que moléculas existiam. Aceitei de cara! Mas essa menina, mesmo parecendo uma idiota caipira sem fé na ciência, questionou o óbvio estabelecido, o “combo” nosso socialmente aceito de cada dia. Não deixei de sentir uma pontada de inveja da sua coragem de se posicionar, de se declarar, da sua atitude de duvidar sobre que os americanos chamam de “established”. O primeiro passo para mais um passo é questionar. Eu acredito no que não vejo! Eu acredito no vento, eu acredito em Deus, eu acredito em micróbios, eu acredito no amor... Vou te dizer no que mais acredito: acredito que é preciso ter um coração aberto para que os mistérios que não sabemos explicar, possam alcançar o nosso entendimento; pois o mistério é um quarto escuro que se desfaz quando a luz da compreenção revela o seu ambiente. Quero lembrar o papelão do apóstolo Thomé como exemplo: (João 20:24-29). A promessa de Jesus em ressucitar ao terceiro dia havia se cumprido. Os outros onze seguidores restantes que restaram (Judas havia se matado), estavam aterrorizados de sofrerem o mesmo fim de Jesus. Por ordem de Caifás, os soldados do Templo os caçavam por toda parte. Eram considerados subversivos e as autoridades judaicas, queriam acabar com esse levante de judeus insubordinados a lei de Moisés. Quando Jesus apareceu pela primeira vez depois de sua ressureição, Tomé não estava presente. Quando Tomé foi ao encontro de seus irmãos, esses estavam eufóricos, gritavam e gesticulavam nervosamente com suas mãos: "Tomé, ele está vivo!!! Nós o vimos, ele conversou com a gente..." Thomé era aquela menina na aula de química do GPI e disse para o constrangimento de todos: "Se eu não vê-lo na minha frente com as feridas abertas pelos pregos em suas mãos, se eu não meter meus dedos na ferida da lança em suas costelas, eu não vou crer nisso!" Uma semana se passou e todos estavam reunidos novamente, ceavam, oravam e buscavam descidir o que fariam de suas vidas, muitos ali tinham famílias, esposas, filhos, mas não podiam retornar para suas casa... Uma voz os dispertou de suas apreensões, Jesus surgiu entre eles apesar das portas e janelas estarem fechadas. Eles o cercaram novamente com grande espanto e alegria. Jesus disse: "Que a paz esteja com vocês!" Virou-se para Thomé e disse: "Coloque seus dedos nas minhas feridas, olha para minhas mãos... Pega sua mão e passa na minha ferida da lança; não duvide mais de que estou vivo, mas seja crente!" Tomé estava estarrecido, constrangido, entregue... E disse em alto brado: "Meu senhor, meu Deus!!!" Jesus respondeu: "Por que me vê, acredita agora? Bem-aventurado os que não me virão e acreditarão em mim..."
Esse mundo não vai minimizar ou compactar a fé que tenho. As vezes minha fé parece uma batata quente que jogo de uma mão para outra, mas nunca a deixei cair...
Quero te contar o que aconteceu comigo no início deste ano.
Não me lembro em qual manhã de domingo foi, sei que estava dormindo e fui acordado pelo telefone, arrancado dos meus sonhos para as fronhas do meu travesseiro. Atendi: “Alou...” Uma voz feminina respondeu: “Alou, é o Sr. Ricardo?” Bocejando respondi... “É sim, quem é?” “É a enfermeira Rosely do asilo da dna. Malvina. Ela não está bem, o senhor poderia vir até aqui o mais rápido possível?” O que eu tinha nos intestinos se liquidificou! Perguntei: “Mas o que houve?” “dna Malvina teve uma convulsão hoje cedo, bateu com a cabeça e se encontra sedada... É necessário a presença de um familiar para levá-la a um hospital para fazerem uma avaliação.” “Claro, eu estou indo para aí!” Rosely encerra nossa conversa falando pausadamente: “...mas não demora...” Senti um calafrio como a descida brusca de um elevador. Pensei na hora: “Minha mãe morreu!” Trailers de filmes começaram a passar diante dos meus olhos. Cenas com minha mãe, brigas, carinhos, meus desrespeitos, minhas saudades... Lembrei quando meu pai morreu, minha mãe foi uma rocha e dessa rocha tirei a minha força. Minha irmã ficou inoperante e perguntava vez por outro para o constrangimento de todos: “Porque ele está deitado aí? Pai, levanta pai...” Meu irmão ficou inoperante chorando pelos cantos, moído, órfão, tão distante quanto pode ir atrás do nosso pai. E o operacional? Quem encomendaria o caixão? Quem combinaria tudo com o padre? Quem veria à capela? Quem lhe colocaria o terno? Quem preencheria os cheques? Meu pai atravessou o rio e deixou seu corpo para ser enterrado. Fomos nós dois, eu e minha mãe, que fizemos tudo. Eu só não quis vesti-lo, mesmo morto, eu não conseguia tocá-lo... Então, diante da ideia de enterrá-la, me senti totalmente sozinho... Respirei fundo, já não havia tanta pressa, eu estava certo sobre sua morte. Levantei-me, vesti-me, joguei água na cara, tomei um somaliun 3mg, liguei para meus irmãos, liguei para a companhia telefônica e inseri créditos no celular, avisei meus filhos que ficassem em casa e atentos ao telefone, subi na lambreta e fui para a Tijuca. Ao chegar fui ao seu quarto e graças a Deus ela não estava morta, apenas sedada. Em seguida chegou meu irmão branco como uma vela nova. Resolvemos levá-la para a UPP da Tijuca e vimos depois que foi a melhor decisão. Meu irmão foi buscar o carro e a enfermeira a cadeira de rodas. Um grande silêncio foi me envolvendo, a luz se apagou, a tela foi recebendo novas imagens e assisti a um filme completo em 3D de 30 segundos. Um dia a muito do passado, eu era adolescente, e estava deitado na minha cama. Eu havia discutido na noite anterior com minha mãe por um daqueles motivos absolutamente babaca e como quase todo o adolescente, acreditava que meus pais eram idiotas e que eu sabia demais!!! Na manhã seguinte minha mãe parou na porta do meu quarto e chamou pelo meu nome. Eu estava acordado e fingi estar dormindo, fiquei imóvel. Ela então entrou no meu quarto e caminhou lentamente em minha direção, sentou-se na beirada da cama, se inclinou sobre meu corpo e me abraçou por longos minutos... Quantas vezes ela deve ter feito isso quando eu realmente estava dormindo? Naquela época eu não sabia chorar, mas deu muita vontade. Ela nunca soube que eu estava acordado e eu nunca contei isso para ninguém até agora. 
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  Qual é o outro lado do óbvio?



MEU CAÇULA E EU
Eu vivo beijando e abraçando meus filhos para o eterno constrangimento deles... Sinto como se estivesse também beijando e abraçando meus pais... Como sou idiota!!! Eu e meus pais sempre tivemos muros altos entre nós. Era a minha última chance de dizer para minha mãe que eu a amava profundamente. Pensei: “Ela vai morrer hoje!!” Eu devia isso para mim e devia isso a ela... Olhei para os lados com vergonha de alguém me ouvir... Olhei seu corpo seco e encolhido e disse me inclinando levemente: “Mãe... Mãe eu te amo!!! Então vindo do seu corpo ouvi claramente sua voz me responder: “Eu também amo você...” Um raio gelado me descosturou a alma. Meus olhos se esbugalharam e eu só consegui dizer: “Mãe!?...” Fui tomado por uma arrebatadora emoção, meus dentes trincaram e chorei. Meus ombros balançavam e eu só conseguia dizer: “Obrigado meu Deus!... Obrigado meu Deus!...” 
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Sei que o óbvio nos faz concluir que eu estava sob grande stress emocional e ouvi o que queria ter ouvido. Sei que o óbvio dirá que produzi em minha mente uma frase onde eu pudesse me refugiar e refrigerar a minha angústia... 
.Sei... 
.Mas e o outro lado do óbvio? Acredito que Deus se compadeceu do meu arrependimento, me deu outra chance. Fez coisas que só Deus pode fazer, me deixou ouvir o que o coração da minha mãe tinha para me dizer... Aquela que hoje me vê e não me enxerga, pergunta quem eu sou, não se lembra de ter me alimentado em seu ventre, me reconheceu, me ouviu e me respondeu. Bem... Ficamos horas na UPP, minha mãe foi medicada, as tropas inimigas recuaram e bons anjos montaram guarda em torno de sua cama. Ela se recuperou e a levamos de volta para o asilo onde se encontra até hoje. Posso não saber como são seus pensamentos com tão avançado estágio do Mal de Alzheimer, como ela se vê, que tipo de consciência lhe resta; mas eu sei que sentimento ela tem por mim guardado no fundo do seu coração, porque ela me disse. Ela ainda se encontra presa em seu corpo desgastado aguardando a liberação de Deus para cruzar o mesmo rio e encontrar o seu amor na outra margem, seus pais, seus irmãos... Esse será meu único consolo. 
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Foi isso que aconteceu comigo no início deste ano, amigo, vou para por aqui, chorar dá muito sono... 
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Aprendi levando muita porrada que mesmo estando sozinho, sem munição, ferido e cercado pelos índios, a trombeta da 7ª cavalaria vai soar e Deus virá para me resgatar das minhas aflições. 
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Por isso eu sou cristão. 
.É um plano de vida que nunca falha.

Ricardo Cacilias
Dedicado a menina da aula de química