Nesses dias de calor eu morava em Rio das Ostras e numa daquelas noites de verão de 2016, começou a chover forte. Cheguei até a varanda e um pouco da água benta do céu respingava no meu rosto, até que ouvi meu anjo dizer em meus ouvidos: “Pega papel e lápis, vai chegar um texto no seu coração, anota tudo...” Quando terminei de escrever dei o nome de OLHAR.
OLHAR
.
As vezes
eu só quero um olhar
pode ser curto, ligeiro, fugaz,
mas que seja intenso enquanto dure
ainda que um instante
sem perfume
sem mapa
sem diamante,
tão fundo quanto posso mergulhar
Que me devassa a alma
e rasgue minhas resistências da entrega
Que me tome por seu
e me deixe sem saber
onde sou eu onde é você
As vezes
eu só quero um olhar
que se seja o meu Sol
meu Norte
meu Lar
Que divida os mares
que me costure as estrelas
que destranque as portas do Paraíso
e que sopre o abandono da solidão,
para terras que nunca vou pisar...
tão íntimo e tão particular
que mesmo de Deus passará despercebido
As vezes
eu só quero um olhar
sem que me faça de réu
sem me dar sentença,
puro, mágico e constante
Dele farei a minha morada
e viverei do ar que nos aproxima
a
mais linda história de amor
e serei feliz pela eternidade dessa vida de instantes
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21-02-2016 |
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