com a Tere. Fiquei fascinado com a linguagem extremamente inusitada sobre qualquer outro filme de ficção científica que eu já tinha assistido antes. Na verdade o filme levantava temas profundos: “quando vou morrer?”, “qual o objetivo da vida?”, “porque estou aqui?”, “o que acontece depois da morte?”, eram como cristais que fluavam o tempo todo entre os personagens...
São perguntas que tentamos responder em nosso secreto. O filme se passa em novembro de 2019 na cidade de Los Angeles. As Corporações Tyrell criaram robôs orgânicos para trabalharem nas colônias que estavam começando a serem estabelecidas fora de uma Terra aniquilada pela poluição e o esgotada de suas reservas. Eles eram destinados a fazer trabalhos pesados, serviços perigosos e de oferecer prazer aos seres humanos que se encontravam nestas colônias; o slogan da companhia era “Mais Humano do que os Humanos”. Estes robôs eram chamados de Replicantes da série Nexus 6, absolutamente iguais ao seres humanos com duas diferenças básicas, tinham uma vida útil de apenas 4 anos e eram bem mais fortes. Problemas de instabilidade emocional acabam gerando uma personalidade agressiva o que fez com que o uso dessas máquinas fossem banidas e os que restaram foram caçados por uma divisão especial da policia chamada de Blade Runner. Harrison Ford era Dick Deckard um desses Blade Runner.
Não quero entregar a história para quem não viu, mas este filme no mínimo nos provoca a uma reflexão sobre o amor, o instinto da sobrevivência, sobre o auto-conhecimento, sobre a nossa identidade. Nós que somos tão ácidos, juízes e críticos dos outros, pouco somos nossos delatores. Quando você se vira para um desses "formadores de opinião", aponta o dedo e pergunta: "E você?". Normalmente a reação é o ataque, alteram o tom da voz, ficam "putos" por sua ousadia de ter perguntado: "E você?". Nos sondamos muito pouco e com isso
pouco nos descobrimos. A vida a mil por segundo nos carimba conceitos pouco honesto do que somos, e acabamos convivendo muito bem com essa colcha de retalhos. Se as coisas dão certo, nos pertencem, se dão
erradas criamos um culpado. Cada um de nós secretamente se considera, de um jeito ou de outro, o legítimo “fodão”, o “iluminado”... No entanto somos um pouco mais do que micos recém descidos dos galhos das árvores. A humanidade gerou filhos bastardos como Adolf Hitler e seu genocídio em busca da raça ariana

matando milhões de pessoas, judeus, gays, ciganos, excepcionais e qualquer um que parecesse torto para o III Reich. Mas nós deu Gandhi, líder do movimento pela libertação da Índia do domínio inglês através da desobediência civil,

sem o uso da violência. A humanidade gerou Stalin que gerou a morte de 43.000.000 de pessoas. Mas
floresceu Madre Teresa de Calcutá missionária católica Albanesa, prêmio Nobel da Paz de 1979. Seu trabalho de amor salvou e continua salvando, através das instituições que fundou, muito mais do que 43.000.000 de vidas... A humanidade cria esses

presidentecos como o caricato Bush, com suas artimanhas, mentiras, forjamento de provas, invasões a países soberanos, tudo para garantir mais petróleo para seu país. Mas deu vida ao pai da física moderna, Albert Einstein e ao sorriso maroto de Chaplin... Somos um quebra-cabeça, um
caleidoscópio, uma pluralidade de amor e ódio, de altruísmos e de mesquinhez, de heroísmos e covardias, de mediocridades e grandezas... Amigo, é mais fácil ofuscar seus pensamentos do que se questionar. É mais fácil se emocionar por um timeco de futebol na quarta a noite e cegar-se com as gordas bundas das escolas de samba, do que prestigiar um pensamento sobre nosso destino e grandeza. Sem dramalhão, a vida não é "um mar de lágrimas", mas viver eternamente cego sobre seus limites, chateia! Tenho procurado me sondar, e nem sempre gosto do que encontro... Concluindo meu desabafo, amigo, ao rever este filme 29 anos depois, ele continua a me fascinar, permanece tão atual como que tendo sido lançado nos cinemas esta semana, isso porque suas questões são eternas... Sua estréia foi um fracasso de bilheteria na América, mas ao longo dos anos passou a ser considerado um filme clássico, um filme Cult. Quem está acostumado com os filmes atuais em que uma cena as vezes não dura mais do que dois segundos na tela, talvez sinta a poltrona dura. Gostaria de chamar a atenção para o monólogo final do replicante Roy Batty com o Dick Deckard, falando de sua vida como replicante, do seu amor pela vida,ele que era apenas um
produto construído pela mão do homem... é de emocionar. Eu não sou um cinéfilo, nem um erudito embolado com seus ditares sobre cinema; sou apenas um cara que gosta de ver filmes com jeito de onda grande... Que me afoga e me ressuscita melhor na praia. Pronto, falei o que estava sentindo. Obrigado por sua companhia nesta noite meio abafada. Espero sua vista na próxima enxurrada de palavras deste seu amigo virtual.
Um abraço e bom feriado de 12 de outubro.
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