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A eternidade é o
momento que se renova

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γνωθι σεαυτόν
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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A OBRA-PRIMA DE DEUS!

No princípio Deus criou o céu e a Terra e tudo que nela há... (Gênesis 1, capítulo 1) e o diabo criou a louça para lavar! (Ricardo 1, capítulo 1). Boa noite amigo! Tem coisas que precisam ser feitas dentro de uma casa, cozinhar por exemplo! Acabei de fazer um arroz com passas que nos deixou, eu e o Felipe, de água na boca. Cozinhei umas batatas e cenouras com pouco sal e como prato principal uma torta de peito de peru defumado com creme de queijo (aí meu amigo, comprei da Sadia...), que está assando no forno enquanto escrevo para você... Outra coisa que gosto de fazer, colocar a roupa para lavar, mas colocar no varal e depois separar as roupas secas: quais são as minhas e quais são as do Felipe... é um saco!!! Passar eu até gosto, nos primeiros 5 minutos, mas quando tenho que passar as mangas compridas, acabo estragando a primeira parte que ficou boa... Odeio deixar a pia cheia para o dia seguinte, parece que o Ricardo de hoje está sacaneando o Ricardo de amanhã... O que não estava funcionando aqui em casa era deixar a pia vazia e quando chegava à noite do trabalho, a louça voltava a se materializar dentro da pia. Nossa! Mágica! Eu chamava meu filho e perguntava: O que houve aqui, você deu uma festa??? Não sei o que houve, pai!!!...  E saía andando... Então escondi todos os pratos e copos da casa, deixando a mão apenas dois pratos e dois copos... Felipe veio me perguntar: O que houve com os outros pratos e copos??? Não sei o que houve, filho!!!...  E saí andando... Usei a mesma resposta dele, e sabe que funcionou!?! A pia mão tem estado mais com cara de fim de festa. Sou o nosso cozinheiro, o Felipe é o cliente... ele não paga pelo jantar, mas também não reclama da comida!!!  Enfim, meninas de 40 aos 50 anos, estou me lançando no fino mercado escasso de maridos, se alguém estiver interessada num homem maduro, de muito uso, mas ainda funcionando muito bem, responsável, romântico, carinhoso e trabalhador... cartas para esta redação. Nunca te falei sobre o meu gosto pelo cachimbo... Adoro! As pessoas confundem cachimbo com charuto... Charuto, mesmo os cubanos, fedem como bosta de cachorro queimado, mas o cachimbo tem o perfume dos incensos... Vanilla (baunilha), chocolate, whisky... Agora mesmo estou fumando um tabaco alemão m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o ao som de Sting e a guitarra de Santana. Tipo "momento" macho maduro light... Estar separado tem suas vantagens, exemplos bobos: não preciso negociar nada com ninguém, finalmente agora eu sou o homem da casa! Eu sempre quis ter uma chaleira, a minha ex nunca achou importante; quando fiquei só, o que fiz?? Comprei uma chaleira de 2,5 l. Eu gosto de lavar a louça com a chaleira no fogo alto. Tento terminar de lavar antes dá água ferver. Quando termino, derramo aquela água fervendo na bancada de aço, me dá uma sensação gostosa que matei todos os germes do mundo... Sabão líquido aqui em casa sempre tinha que ser da cor vermelha, o que fiz? Comprei da cor azul! Deve ser de anis, mas não provei ainda... Durmo na hora que eu quero, escuto a música que me dá vontade... Durmo de braços abertos em minha cama... Estou nesta casa desde janeiro deste ano (2011), tenho uma big sala. Falei para a ex: vamos comprar uma mesa com tampo redondo grande... Eu gosto de jogar poker, war, receber os amigos... Resposta: Prefiro mesa quadrada... Agora na solidão de minha liberdade, o que fiz? Comprei um tampo de granito verde Ubatuba linderésimo redondo com 1,5 m de diâmetro... Nossa!!!! O manche está em minhas mãos, e o dedo na metralhadora!!!...
Não sei o que estou dizendo, eu nunca desejei essa liberdade... Não sou do tipo garanhão playboy, um zangão comendo todas as flores que encontra pela frente. Eu gosto é de família!!! Eu tinha 17 anos e queria ter uma família. Casei aos 21 para ter uma família. Gosto tanto de família que tive duas... Gosto de filhos e louco para ter netos!! Eu tenho 8 netos que as vezes em sonho vêem me visitar. Um dia desses, o mais velho veio reclamar comigo: Vovô tá demorando... Eu respondi para ele: Eu já falei com sua mãe... Ela me disse que está preparando você! Vamos ter que esperar mais um pouquinho... Nunca desejei a falsa liberdade de estar sozinho, olhar as paisagens pelas vidraças do carro, sem fazer parte de nenhuma delas. As vezes a vida parece um grande sonho, ninguém controla um sonho. Já sonhou estar andando pelado na rua?... Quem não sonhou?... Eu não tenho o controle da minha vida, assim como não tenho o controle dos meus sonhos... O caçula me grita lá de dentro: Pai, quando vamos comer??... A babá aqui precisa terminar esse blog! Mulheres do meu planeta, preciso alertá-las que nem sempre o homem é um monstro de cueca. Um verme barbudo de gravata. Vocês são feitas de uma química maravilhosa, mas muito forte, que as vezes confunde a cabeça de vocês... Eu amo isso! Vou dar um exemplo. Em 1996 viajei para Novo Hamburgo, no Rio grande do Sul, visitar meus filhos Renata e Marcelo. Uns dias antes, numa conversa trivial entre eu e a ex, percebemos que uns duendes haviam escondido alguns pregadores do varal e estávamos precisando comprar mais... OK!! A minha cabeça de macho provedor já estava programada para comprar pregadores! Nesta minha visita ao sul, passando num supermercado da região, olhei numa prateleira uns pregadores de varal excelentes e comprei dois pacotes...  Uns dias depois voltei para o Rio e a ex me surpreendeu com uma pergunta: Trouxe alguma coisa para mim???... Pensei: Ih! Realmente não havia me tocado com isso, mas lembrei dos dois pacotes de pregadores do varal que estavam na mala... Falei para ela: Claro! Quando olhei, lembrei de você! Minhas mulheres da Terra... Quando um homem está contra a parede, a estrutura celular de sua mente vai lançar mão do que tiver para mostrar que te ama!!! Abri a mala e falei enquanto pegava o "presente": Trouxe os melhores pregadores do sul do país... E entreguei para ela os dois pacotes, com um sorriso enorme!... Nossa!!!...
Os melhores pregadores do sul vieram voando nos meus dentes! Tive que esperar duas semanas para poder transar de novo!!!... 
Se Deus tiver que ser lembrado por uma obra-prima em especial – essa criação se chama Mulher!!!

Boa noite amigo... vou dar papa po nenen!

Ricardo

sábado, 15 de outubro de 2011

CHEGA DE FANIQUITO!!!

Boa noite amigo. Gostaria de saber como meus amigos canadenses, americanos, alemães, russos... vão traduzir a palavra "faniquito" no seu idioma? Coloquei aqui ao lado o último relatório que recebi do meu blog sobre os acessos que recebo. Fico muito agradecido por estarem me visitando.  Neste instante está rolando, finalmente, a "social" do Felipe comemorando seus 18 anos com a churma!!! Estou escondido aqui no meu bunker enquanto eles escutam música alta, falam mais alto ainda, bebem Smirnoff Ice e coca-cola... Deu trabalho realizar esta festa, encomendar os salgados, contratar alguém para uma limpeza geral, arrastar os móveis... Espero que ele esteja gostando! Estou sentindo formigamento no meu corpo, lá vou eu de novo viajar no tempo... Nos anos 80 começou uma enxurrada de publicações em revistas como "Nosso Bebe", "Criança", "Pais e Filhos"... sobre o papel do pai e sua importante presença no momento do nascimento do seu filho... Era um tempo antes dos computadores pessoais virarem eletrodomésticos, uma época em que as mulheres ainda não eram as donas do mundo e os homens ainda não eram dinossauros em extinção! As leituras destes textos me convenceram de que realmente faz todo o sentido do mundo o pai e mãe estarem juntos para dar as boas vindas ao novo futuro. Este conceito é racional, é humano... O papai gorila não fica do lado da mamãe gorila para ver o gorilazinho nascer... Mas não aconteceu como eu esperava... Quando a minha filha número 1 nasceu, a Renata, foi num hospital municipal de Novo Hamburgo. O obstetra era particular, fomos muito bem atendidos e tudo correu muito bem. Antes do parto falei com o médico que tinha lido isso e aquilo e que gostaria de estar junto e blá, blá, blá... Não rolou... O médico não tinha lido esse artigo e o hospital, por ser da prefeitura não iria permitir; e a Renata nasceu sem a minha presença ocular da história... Em 1981 o Brasil ainda era subdesenvolvido maternalmente... Cinco anos depois, em 1986, eu já estava de volta ao Rio e a Tere estava para dar a luz ao Marcelo. Eu falei para a obstetra que queria estar junto porque era um momento especial, a mulher está mais fragilizada, blá, blá, blá... Não rolou... A mulher parecia uma açougueira, cortava e dizia "outro... outro..." Foda-se para ela, médica mercenária...fdp!!! Desculpe-me, mas esperei 25 anos para falar isso. Mais uma vez fiquei do lado de fora da porta... Quando a Thaís nasceu em 1992 eu estava passando por uma fase péssima de grana, tinha muita água dentro do barco... Não tínhamos médico particular e a Thaís nasceu na Maternidade Escola de Laranjeiras... Lembro que depois a ex-senhora B me contou que no quarto coletivo onde ficou havia uma adolescente sozinha com um barrigão enorme. Ela chorava muito, pois estava com medo, insegura e sozinha. Sei lá o que estava acontecendo em sua vida. Mas a presença de um namorado ou seu marido faria muito diferença para ela. Uma auxiliar de enfermagem que deveria pesar uns 180 kilos, parecendo um sargento do exército albanês com bigodinho e tudo, gritou com a menina: Chega de faniquito!!! Se entrou vai ter que sair... Waaalll. Tirando esse sargento, graças a Deus fomos muito bem atendidos e tudo deu certo, menos com a minha presença, novamente, na hora do parto. Nem ouviram as minhas suplicas para estar junto da minha mulher e ver o parto da minha filha... Definitivamente os obstetras deste país não leem as publicações destinadas aos pais sobre filhos... Pensando bem, acho que eles temem que o pai acabe dando mais trabalho do que o parto em si. Pai chorando, filmando... Eu já tinha desistido de assistir ao parto... Os anos 80 do século 20 se foram, mas os anos 90 ainda estavam no início! Felipe estava agitado dentro da mãe, chutando fígado, pâncreas, seu estômago... Ele queria sair... Eu sempre fui em quase todas as consultas de obstetras de cada filho que tive. Na última consulta ao médico antes do dia marcado para o nascimento do Felipe, já na porta nos despedindo, o doutor se vira para mim e pergunta: "Pai, quer assistir ao parto??" Devo ter feito uma cara de bocó quando perguntei: "Eeeuuu doutorr????" "É bom o pai estar presente nesta hora, dará segurança a sua esposa..." Eu não sabia se mandava ele a merda ou dava um abraço. "Claro que sim, doutor, eu sempre quis!!!" Enfim, Deus sabe o que faz... Posso te garantir que os primeiros olhos que se colocaram sobre o Felipe foram os meus... No grande dia me deram uma roupa ridícula de listra rosa, gorro de algodão vagabundo na cabeça e um saquinho de pano nos pés... Acho que são feitos para humilhar mesmo. Já o médico usava uma roupa num tom verde tipo "momento de operação", chiquérrimo... Colocaram uma espécie de rede de ping-pong gigante entre a mãe e a sua barriga... Ela estava parcialmente sedada, mas eu estava, finalmente, presenciando o nascimento da minha eternidade!!! Quando o doutor "infelizmente não lembro o seu nome" encostou o bisturi na barriga de minha jovem esposa, preferi não olhar... Já pensou o alto falante do hospital solicitar a presença de um apoio médico, porque um pai que estava assistindo ao parto desmaiou?? Eu tinha uma máquina fotográfica antiga Yashica pentamatic de filme que pertenceu ao meu pai, tirei algumas fotos. Derrepentemente aparece o cabelo negro do Felipe, é uma sensação estranha ver aquele Alien saindo de dentro de um ser humano. O médico foi puxando devagar até sair o primeiro ombro, depois o segundo. Foi um momento mágico, estava se cumprindo na minha frente a vontade de Deus de que crescêssemos e nos multiplicássemos. Até aí eu não sabia qual seria o sexo dele, eu nunca quis saber antes, era como se alguém estivesse contando o final do filme, estraga a emoção. Quando o corpinho dele saiu por inteiro, fiquei emocionado, porque enquanto ele estava dentro da mãe, era como se ele existisse apenas para ela. Ela o sentia se mexer, ela o tinha o tempo todo junto do seu corpo, passeava com ele, tomava banho com ele, poderiam até conversar... Para mim era apenas uma barriga grande... mas quando ele surgiu, quando pude vê-lo, olhar seus contornos, sua cara enrugada... Ele passou a ser real para mim. Meu filho. Um mundo independente, importante e único como os outros três são. Um filho é um compromisso diário com a vida, uma hora marcada, um encontro sem fim, um casamento sem a possibilidade de separação. Quando um filho nasce o mundo por inteiro se modifica com esse nascimento. E hoje aquele Alien, o quarto passageiro, está comemorando lá na sala, seus 18 anos e o babão do pai esta no computador escrevendo esse blog... Mais uma vez quero agradecer profundamente e sensibilizado a estas mulheres maravilhas que me fizeram pai e uma pessoa muito melhor do que eu era antes de conhece-las! Que saco estou chorando...


Boa Noite


Ricardo



terça-feira, 11 de outubro de 2011

BLADE RUNNER

Oi amigo. Preciso confessar que sou um boboca profissional... Certos filmes com um bom roteiro e uma direção eficiente, fazem comigo o mesmo quando sou pego por uma grande onda na praia; me envolve, me achocalha, me vira do avesso... Quando um filme me pega de jeito, eu entro na história, eu vivo e reajo como se fosse um caso pessoal... Eu xingo a mãe do bandido, eu me apaixono pela mocinha, tomo susto, dou gargalhadas deliciosas com as piadas que me contam... É um saco assistir um filme do lado de quem não reage, parece que a pessoa é muito erudita, e eu um tonto emotivo, mas no fundo acho que o outro é quem não está entendendo nada do que está vendo. Se quer ser contido na hora errada, vai olhar a sua conta bancária pela internet e fique mudo!! Não é porque alguém arranca uma criancinha dos braços de sua mãe que saio enxugando as lágrimas na camisa... Mas as vezes a emoção expressa por um olhar, uma pequena frase bem definida, ou um rosto que fala sem palavras, será a mais fina agulha a tocar me coração. Talvez haja alguma salvação para mim, afinal! Eu poderia citar até um desenho animado: “O Rei Leão – O ciclo da vida”. Um desenho que me marcou muito, isso que eu já era burro velho e estava no oitavo ano do segundo casamento...
Assisti esse filme em 1994 numa fita VHS com minhas crianças, achei emocionante a mensagem de amor entre o pai (Rei Mufasa) e seu filho (Simba). Li recentemente que era uma história baseada em Hamlet de Shakespeare. E a música? É linda...(abertura do desenho no final do texto) Como eu disse uma vez, sou uma criança de barba, cuja as circunstâncias me convenceram de que já era um adulto. Dentre muitos e muitos filmes que me marcaram igualmente e quando posso revejo, tem um filme de ficção científica americano de 1982 chamado BLADE RUNNER (trilha sonora do filme no final) dirigido por Ridley Scott, o mesmo diretor do filme GLADIADOR, com Harrison Ford bem novinho no papel principal. Na época eu tinha 23 anos e estava casado
com a Tere. Fiquei fascinado com a linguagem extremamente inusitada sobre qualquer outro filme de ficção científica que eu já tinha assistido antes. Na verdade o filme levantava temas profundos: “quando vou morrer?”, “qual o objetivo da vida?”, “porque estou aqui?”, “o que acontece depois da morte?”, eram como cristais que fluavam o tempo todo entre os personagens...
São perguntas que tentamos responder em nosso secreto. O filme se passa em novembro de 2019 na cidade de Los Angeles. As Corporações Tyrell criaram robôs orgânicos para trabalharem nas colônias que estavam começando a serem estabelecidas fora de uma Terra aniquilada pela poluição e o esgotada de suas reservas. Eles eram destinados a fazer trabalhos pesados, serviços perigosos e de oferecer prazer aos seres humanos que se encontravam nestas colônias; o slogan da companhia era “Mais Humano do que os Humanos”. Estes robôs eram chamados de Replicantes da série Nexus 6, absolutamente iguais ao seres humanos com duas diferenças básicas, tinham uma vida útil de apenas 4 anos e eram bem mais fortes. Problemas de instabilidade emocional acabam gerando uma personalidade agressiva o que fez com que o uso dessas máquinas fossem banidas e os que restaram foram caçados por uma divisão especial da policia chamada de Blade RunnerHarrison Ford era Dick Deckard um desses Blade Runner.
Não quero entregar a história para quem não viu, mas este filme no mínimo nos provoca a uma reflexão sobre o amor, o instinto da sobrevivência, sobre o auto-conhecimento, sobre a nossa identidade. Nós que somos tão ácidos, juízes e críticos dos outros, pouco somos nossos delatores. Quando você se vira para um desses "formadores de opinião", aponta o dedo e pergunta: "E você?"Normalmente a reação é o ataque, alteram o tom da voz, ficam "putos" por sua ousadia de ter perguntado: "E você?". Nos sondamos muito pouco e com isso
pouco nos descobrimos. A vida a mil por segundo nos carimba conceitos pouco honesto do que somos, e acabamos convivendo muito bem com essa colcha de retalhos. Se as coisas dão certo, nos pertencem, se dão
erradas criamos um culpado. Cada um de nós secretamente se considera, de um jeito ou de outro, o legítimo “fodão”, o “iluminado”... No entanto somos um pouco mais do que micos recém descidos dos galhos das árvores. A humanidade gerou filhos bastardos como Adolf Hitler e seu genocídio em busca da raça ariana
matando milhões de pessoas, judeus, gays, ciganos, excepcionais e qualquer um que parecesse torto para o III Reich. Mas nós deu Gandhi, líder do movimento pela libertação da Índia do domínio inglês através da desobediência civil,
sem o uso da violência. A humanidade gerou Stalin que gerou a morte de 43.000.000 de pessoas. Mas
floresceu Madre Teresa de Calcutá missionária católica Albanesa, prêmio Nobel da Paz de 1979. Seu trabalho de amor salvou e continua salvando, através das instituições que fundou, muito mais do que 43.000.000 de vidas... humanidade cria esses
presidentecos como caricato Bush, com suas artimanhas, mentiras, forjamento de provas, invasões a países soberanos, tudo para garantir mais petróleo para seu país. Mas deu vida ao pai da física moderna, Albert Einstein e ao sorriso maroto de Chaplin... Somos um quebra-cabeça, um
caleidoscópio, uma pluralidade de amor e ódio, de altruísmos e de mesquinhez, de heroísmos e covardias, de mediocridades e grandezas... Amigo, é mais fácil ofuscar seus pensamentos do que se questionar. É mais fácil se emocionar por um timeco de futebol na quarta a noite e cegar-se com as gordas bundas das escolas de samba, do que prestigiar um pensamento sobre nosso destino e grandeza. Sem dramalhão, a vida não é "um mar de lágrimas", mas viver eternamente cego sobre seus limites, chateia! Tenho procurado me sondar, e nem sempre gosto do que encontro... Concluindo meu desabafo, amigo, ao rever este filme 29 anos depois, ele continua a me fascinar, permanece tão atual como que tendo sido lançado nos cinemas esta semana, isso porque suas questões são eternas... Sua estréia foi um fracasso de bilheteria na América, mas ao longo dos anos passou a ser considerado um filme clássico, um filme Cult. Quem está acostumado com os filmes atuais em que uma cena as vezes não dura mais do que dois segundos na tela, talvez sinta a poltrona dura. Gostaria de chamar a atenção para o monólogo final do replicante Roy Batty com o Dick Deckardfalando de sua vida como replicante, do seu amor pela vida,ele que era apenas um
produto construído pela mão do homem... é de emocionar. Eu não sou um cinéfilo, nem um erudito embolado com seus ditares sobre cinema; sou apenas um cara que gosta de ver filmes com jeito de onda grande... Que me afoga e me ressuscita melhor na praia. Pronto, falei o que estava sentindo. Obrigado por sua companhia nesta noite meio abafada. Espero sua vista na próxima enxurrada de palavras deste seu amigo virtual.

Um abraço e bom feriado de 12 de outubro. 

Ricardo Cacilias

Blade Runner - Love Theme 



O Rei Leão - O Ciclo da Vida



terça-feira, 4 de outubro de 2011

UMA DATA INESQUECÍVEL . . .

Felipe vai fazer 18 anos... Dos meus quatro filhos, é o que mais ocupa meus pensamentos e a minha atenção. Agora que estou só, ele é o único contato pessoal de família que me restou em casa. O amor que tenho por meus filhos é tão infinito quanto à natureza da composição que foi gerado o meu espírito. O amor nem sempre é um sentimento que se movimenta no invisível; o amor também é matéria, é tátil, tem peso, me
causa reações físicas, dor, prazer, me mata e me vivifica. Umedece meu rosto e me trás um sorriso, orienta meu caminho e me deixa sem mapa, me faz sentir o maior cara do mundo ou mesmo o mais desprezível... O amor é inexplicável e tentam esquadrinhá-lo em conceitos psicológicos, pela ciência, relações humanas, antropológicas... Mas esta magia, o que o faz tão tão especial, é justamente a simplicidade do seu conceito. É dever de cada um encontrar o seu conceito de amor e vive-lo extravagantemente. Felipe é um filho em tempo real, não através de um e-mail ou de uma mensagem, ou de uma foto digitalizada tirada sei lá quando... Felipe é um filho full time. Todos os dias tenho seus olhos para olhar. Todos os dias tenho que acordá-lo para ir a escola. Todos os dias injeto a minha carga de pai
nele e absorvo dele sua carga de filho.  Eu sou uma rocha de pernas, eu tenho crosta grossa adquirida ladeira abaixo; conheço todos os palavrões da língua portuguesa e não tenho medo de usá-los, sou cínico se for preciso, dissimulado, sacana, arrogante, sei dar pernada, sei me desviar das flechas, sei combater o inimigo na forma que 
se apresentar; sou um assunto a ser tratado por Deus. Mas ele não, e isso me preocupa! Se você tem filho vai me entender. Dá vontade de tirar das suas mãos e dizer: “Deixa que eu faço... Conheço um jeito de fazer isso mais rápido...” Ele vai fazer 18 anos dia 13 de outubro. Eu fiz 18 anos em 22 de maio de 1977, em plena ditadura dos anos 70. Não me recordo nada desse dia, sei lá se existe alguma foto?!? Ele está nervoso, ansioso... Sugeri que fizéssemos uma reunião 
aqui em casa com a sua turma... Ele chamou de “social”, social... Como assim? Estou me esforçando para dar maior força!Mas eu perdi a merda do manual que a enfermeira me deu junto com o seu nascimento “Como criar filhos Felizes, Obedientes e de Sucesso...”. Não o encontro em nenhuma livraria... Já disse a ele para avaliar melhor suas expectativas, e que o melhor da festa é sempre esperar por ela... Na verdade eu poderia falar qualquer coisa aqui sobre ele, pois ele não lê os meus blogs... 
Vai ler um dia, mas agora não... As vezes me reconheço nele como há 35 anos atrás; me dá vontade de contar as cenas dos próximos capítulos para ele parar de achar que  o herói vai sempre se dar bem... Afinal existem heróis bandidos, e que tudo é uma questão de ponto de vista. Ele é muito mal humorado comigo, parece que alguns
filhos combinam na escola: Vamos agir assim, dessa forma evitam de falar conosco... As vezes digo a ele que eu é que tenho 17 anos e ele tem os meus 52... Muitas vezes disse a ele que teria gostado de ter conhecido meu pai, os dois se adorariam... Acho que ele me vê apenas como um provedor... Gostaria que me 
visse como um amigo. Eu consigo me resumir, me encolher, me ajustar, me fazer adolescente, eu consigo entendê-lo, porque já estive no lugar dele... Quando ele tiver com 52, talvez eu não esteja aqui para trocarmos nossas figurinhas. Tenho sentido muita vontade de adotar uma criança... Começar tudo de novo pela quinta vez... Nossa!! Almocei domingo passado com meu irmão Beto, disse a ele que estava querendo um cachorro, que fazia parte de uma lista das 10 coisas que
gostaria de fazer antes de morrer... Ele me disse: Pensa muito bem sobre isso... Quer ficar com o meu??? Imagina se eu dissesse a ele que estou querendo adotar um ser humano?!? São dois assuntos distintos... 
Sinto falta de ter um cão, um amigão, grandalhão, cara de inteligente... Se eu viesse a adotar uma criança, seria por amor. Estou cheio de assuntos fervilhando meu mundo. Mas isso é muito bom... Isso faz parte da vida; acho que a contagem regressiva da morte se inicia quando paramos de pensar, paramos de escolher rotas, paramos de dar pernadas, ou não sentimos mais as que recebemos... Desculpe-me o assunto, mas gostaria de dividi-lo com um amigo, por isso escrevi para você. O sentido da vida é a eternidade que os filhos nos proporcionam, e olha que me esforcei muito para ser eterno...
Obrigado por ter vindo, amigo.

Noite de terça-feira, temperatura agradável.
Uma boa quarta-feira para você!
Seja feliz.

Obrigado

Ricardo

domingo, 2 de outubro de 2011

DEUS AO TELEFONE...



Seguindo a dica de uma amiga, sintonizei agora a pouco o canal 42 para ver o show do Coldplay, nesta madrugada de sábado para domingo no Rock in Rio. Já tinha passado meia hora de apresentação, quando algo puxava a minha atenção para fora da tela da TV. Sentia-me inquieto,  com a sensação de ter deixado a luz acesa em algum lugar, uma panela no fogo ou um ferro de passar ligado sobre a tábua... Havia algo mais importante para ser feito esta noite, e não era estar diante da TV. Sai do meu quarto e fui para o meu abrigo anti-bombas; liguei o computador e fui desabotoando meu coração para que ele pudesse respirar melhor e liberasse seus pensamentos. Afinal, o que havia de tão importante dentro de mim, que não poderia ter esperado o dia seguinte para eu descobrir? Relaxei e fui acompanhando as palavras que foram surgindo na tela, e aos poucos fui entendendo o que havia para ser conhecido. Se eu ficasse quieto, ninguém me cobraria uma posição. É mais fácil ser omisso entre os que não esperam uma atitude, entretanto, os anos tem apurado meus discernimentos e minhas cobranças internas tem aumentado. Quando eu era criança gostava de triturar com os dentes bala dura com gelo, gostava de ficar acordado até de madrugada, olhar pela janela e me sentir o dono da noite, gostava de comer apenas frituras, gostava de acreditar que a minha juventude era eterna enquanto não começasse a pensar como um velho! Mas o tempo é como um pincel nas mãos de um arqueólogo que vai retirando o 
excesso de areia, buscando as linhas do objeto sem ruídos, materializando o que antes permanecia oculto. Depurando, alvejando, denunciando, fazendo-se notar... Deus tem me telefonado mais ultimamente, o toque do seu telefone é inconfundível e quase sempre, por  ser mais leve e mais rápido, é meu espírito quem atende. Seus recados  têm chegado  através da boca de algumas pessoas, estampados
em algumas imagens do cotidiano, através de sonhos ou na releitura de ensinamentos rejeitados quando eu era uma criança! Estou distante de ser um samaritano, muito distante de ser um santo; sou um legítimo fruto do pecado, apenas uma criança de barba que me fizeram acreditar que já era um adulto. A muito tempo atrás um judeu chamado Paulo de Tarso fundou uma igreja que ficava numa antiga cidade grega chamada de Corinto. É sabido que ele enviou quatro cartas para esta igreja, mas apenas duas chegaram ao nosso conhecimento. Num trecho de uma das cartas ele escreveu: 
“Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança e raciocinava como criança. Quando me tornei homem, deixei para traz as coisas de criança.” 

Cheguei ao ponto que deseja chegar. Em respeito a mim, a Deus e ao meu semelhante, quero usar o meu direito a liberdade de  expressão e pedir um  genuíno perdão aqueles
que um dia menosprezei por me achar superior. Tamanho tem sido a rudeza do meu coração, que produzi uma lista extensa. Peço perdão aos judeus, aos negros, aos gays e aqueles que expressaram suas
opiniões e crenças diferentes da minha.  Tenho procurado reconhecer e interceptar minhas comunicações internas, avaliando sua má formação e os desvios de intenções com coloração racista. Eu poderia me 
justificar colocando a culpa em alguém, na minha criação, na sociedade, na história, na formação das nações... mas não  estaria arrancando a erva daninha pela raiz, apenas cortando suas folhas... Esta nação deve muito aos  estrangeiros, aos negros, aos judeus, pessoas que saíram de suas terras para fazer dessa lado do mundo seu lar... "Uma nação é feita de homens e de idéias", disse certa vez Monteiro Lobato.
No início desta semana, minha amiga Cláudia, de procedência judaica, mencionou que estava chegando o Rosh Hashaná (Ano Novo judaico), e num impulso mais forte do que meu bom senso, que não sei explicar pela razão eu disse a ela:
Eu também sou judeu! Jesus era judeu! E eu acredito em Jesus...
Dei som a sentimentos que ainda não sei interpretá-los integralmente; transformei em palavras conceitos que ainda são pouco esclarecidos para mim, uma forma de pensar em que ainda estou tirando o excesso de areia em volta para desvendar de maneira mais objetiva seus contornos. Eu sou um goy, sou judeu, e sou negro... somos todos uma só raça, a raça humana. Há algum tempo, num restaurante de outra cidade, fui atendido por um argentino e num certo momento disse a ele:
Esqueça do Maradona que eu esqueço do Pelé. Não existe a Argentina e nem o Brasil, somos sul americanos...
Ele parou por uns instantes e me olhou em silêncio... Se pensou: "...qué demonios, brasileño estúpido, tengo que soportar para mantener mi trabajo..." ou se pensou, "...tiene algum sentido lo que está diciendo..." eu nunca saberei... Desde sempre nos agrupamos em torno de nossas bandeiras, desde sempre enaltecemos a nossa língua, desde sempre nós fizeram acreditar que a nossa causa é suprema e que o nosso manifesto é irretocável, desde sempre o estrangeiro é o diferente e o meu inimigo... Abraçamos com paixão nossas interpretações quanto a deuses e suas manifestações, qualificando-as, enquadrando-as e moldando-as conforme o batismo aceito pelo nosso grupo. Não existem duas igrejas cristãs que contam integralmente a mesma história!  Se parármos para pensar por um instante quanto a humanidade de um homem, nascido numa cidadezinha sem expressão a oito km de Jerusalém, do ventre de uma judiade pele queimada pelo
sol da palestina, robusto e acostumado a longas jornadas, de olhos escuros, mas com um sólido plano, tão mirabolante que fez o mundo contar o seu tempo antes dele e depois dele. Passou fome, sede, frio e teve uma morte lenta condenado pelo império romano a morrer na cruz... Será mais fácil chegar ao entendimento de que este homem era um Deus, ao contrário de um malandro esperto que teve uma sacada legal e convenceu tudo mundo que era o “cara”... Fico feliz quanto aos telefonemas de Deus... às vezes digo ao meu espírito para dizer que não estou... Às vezes atendo e digo que estou ocupado, mas que vou ligar mais tarde... Às vezes, rebelde, deixo o telefone tocar sem atender... Às vezes deixo o telefone fora do gancho...
Mas ele sempre liga de novo. Seu convite a pensar num mundo amadurecido, me convenceu a acreditar que esse amadurecimento começa comigo; não depois que eu termine de assistir o meu show de rock, não pela manhã após uma noite bem dormida, não apenas baseado na minha vontade e conveniência.

O tempo de mudanças é contínuo e habita no presente. 

Porque o mundo é feito de Homens e não só de crianças...
Boa noite.

Ricardo



Assista o vídeo da música que só 
ouvi no dia seguinte do show ...



The Scientist


O Cientista
Come up to meet you, tell you I'm sorry
Vim te encontrar, te dizer que eu sinto muito


You don't know how lovely you are
Você não sabe quão adorável você é


I had to find you, tell you I need you
Eu tive que encontrar você, te dizer que eu preciso de você


And tell you I set you apart
E te dizer que eu te deixei de lado


Tell me your secrets, And ask me your questions
Me conte seus segredos e me pergunte suas dúvidas


Oh let's go back to the start
Oh vamos voltar para o começo


Running in circles, Coming in tails
Correndo em círculos, atrás de nossos rabos


Heads on a science apart
Cabeças em uma ciência distante


Nobody said it was easy
Ninguém disse que era fácil


It's such a shame for us to part
Oh é mesmo uma pena nós nos separarmos


Nobody said it was easy
Ninguém disse que era fácil


No one ever said it would be this hard
Ninguém nunca disse que seria tão difícil


Oh take me back to the start
Oh leve-me de volta ao começo

I was just guessing at numbers and figures
Eu há pouco estava adivinhando números e dígitos


Pulling the puzzles apart
Solucionando os quebra-cabeças


Questions of science, science and progress
Questões de ciência ciência e progresso


Don't speak as loud as my heart
Não falam tão alto quanto meu coração


And tell me you love me, Come back and haunt me
Diga-me que me ama, volte e me assombre


Oh when I rush to the start
Oh e eu corro para o começo

Running in circles, Chasing tails
Correndo em círculos, perseguindo nossos rabos


Coming back as we are
Voltando para o que nós somos

Nobody said it was easy
Ninguém disse que era fácil


Oh it's such a shame for us to part
Oh é mesmo uma pena nós nos separarmos


Nobody said it was easy
Ninguém disse que era fácil


No one ever said it would be so hard
Ninguém nunca disse que seria tão difícil


I'm going back to the start
Eu estou voltando para o começo

Aah oooh ooh ooh ooh ooh (x4)
Aah oooh ooh ooh ooh ooh (x4)