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quinta-feira, 23 de junho de 2011

MEUS ANOS 70...

Meus caros, nem sempre tive 52 anos...

Já fui um adolescente!  Tão normal e previsível como todos são; em outras palavras, uma explosão de hormônios faiscando pelo corpo e ofuscando suas mentes... Meus cabelos chegavam a ficar esticados na cabeça quando pensava em mulher... Parecia um choque na tomada...

1972 - Brezhnev e Nixon
Os anos 70 produziam seus fantasmas a dar de pau como, por exemplo, a Guerra Fria entre os Estados Unidos de Richard Nixon e a União Soviética de Leonid Brezhnev. Davam um absoluto e constrangedor “cagaço”. 

A chamada Bomba H
Os miseráveis americanos e os fdps dos Soviéticos estavam prestes a disparar suas milhões de ogivas nucleares um contra o outro; seria o fim do mundo moderno e a volta a Idade da Pedra. Os noticiários relembravam as palavras do físico Albert Einstein que disse certa vez que ele não sabia exatamente como seria a terceira guerra mundial, mas a quarta seria usando paus e pedras.... E dá-le filmes sobre o tema, guerra mundial e fim do mundo...

Waallll... que cagaço!!!  

Meu saudoso e muito querido pai Gelson cobrava boas notas na escola, mas eu pensava: Tá maluco? O mundo vai acabar e vou morrer virgem!!!

Globo Repórter
Minha única esperança era que aqui na América do Sul não cairiam tantas bombas assim, mas sempre havia uma abordagem do “Globo Repórter” falando do Inverno Atômico que liquidaria toda a raça humana...

Waallll... que cagaço!!!

Você consegue imaginar hoje no dia 23 de junho de 2011 como eu, um garoto, assimilava essas informações apocalípticas no anos 70?...

E o petróleo? Juravam pela mãe mortinha que as reservas só durariam mais 20 anos... Os árabes multiplicaram em várias vezes o preço do barril e tínhamos aqui no Rio um racionamento de gasolina: as oito da noite os postos fechavam e não abriam no fim de semana...

Eu pensava, “mas que porra, na minha vez o mundo está acabando, estou começando agora, me dêem uma chance de morrer velho!!!"

Os anos 70 foi um campo minado para muitos adolescentes germinarem suas bases. E sem a preocupação de não ser original quero afirmar... quanta saudade!!!

Então se por acaso alguém está lendo esse relato, suplico que encare seus pais como heróis sobreviventes que alcançaram o futuro que vocês chamam de presente. Nós pais temos nossos limites, nossas capacidades, esperanças, temos nossos “cagaços”, temos vontades, temos a responsabilidade atrelada ao amor que nutrimos por nossos outros...

Cada passo e cada jarda foram construídos com a devida abnegação e determinação de quem “está tentando fazer o melhor do seu possível”... Cada um tem o seu limite de puxar o elástico antes que ele arrebente... você, seus pais, somos todos parte dessa raça chamada humana...

Deixem-me falar das minhas injustiças e falta de entendimentos aos “cagaços” de meus pais; como disse um presidente deposto deste país: "o tempo é o senhor da razão."
.
Dói sentir saudade misturada com as culpas dos entendimentos estreitos que tive com meu pai em vida... Chorar é meu único consolo! Pai, mãe... amo vocês!!! 

Meu pai foi ao encontro de seus ancestrais 
e minha mãe está num asilo na Tijuca...

...Um debiloide matou John Lennon com
cinco tiros na saída do studio de gravação... 

...O caso Watergate aposentou o
porco de Richard Nixon. Morreu 
velho e sem o respeito de seu povo...


...Elvis morreu entupido de drogas e sozinho em seu banheiro...
...Os exilados brasileiros voltaram, e nos
livramos dos fdp dos golpistas militares...




...tivemos um operário metalúrgico
na presidência do Brasil...












...o presidente norte-americano é Negro...


                                                            
...e o nosso presidente é Mulher.

Mudou tanto e tantas vezes que parece que acordei num outro mundo...

Era para ser uma introdução de outro assunto, mas acabei me empolgando em falar da minha adolescência... Viajei longe, mas do que escrevi... Deixarei, então, para falar da “ Maquinha do Meier” no meu próximo texto.
.
Obrigado pela paciência e que Deus olhe por todos nós...

Despeço-me, 
Ricardo Cacilias


Vamos entrar no clima dos anos 70 
com a canção Imagine de John Lennon
Imaginar
.
Imagine não há nenhum céu 

É fácil se você tentar 
 Nenhum inferno abaixo de nós 
Acima de nós apenas o céu 
Imagine todas as pessoas  
Vivendo para hoje
Imagine não haver países 

Não é difícil de fazer 
 Nada para matar ou morrer  
E nenhuma religião também  
Imagine todas as pessoas  
Vivendo a vida em paz
Você pode dizer 

que sou um sonhador 
Mas eu não sou o único  
Espero que algum dia  
você se junte a nós  
E o mundo será como um
Imagine não haver posses 

Eu me pergunto se você pode 
Sem necessidade de ganância ou fome  
Uma irmandade dos homens  
Imagine todas as pessoas  
Compartilhando o mundo todo
Você pode dizer: 

eu sou um sonhador 
Mas eu não sou o único  
Espero que algum dia  
você se junte a nós  
E o mundo viverá como um único

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